domingo, janeiro 17, 2010

100 Verde-Rubros Anos - Capítulo I, Parte 2

Só a Assistir
Os madeirenses ficavam de fora. Eram apenas assistentes entusiasmados daquele passatempo exótico, que colocava um magote de homens em correria atrás de um objecto esférico que, quando impelido pelos pés, percorria, das mais diversas formas, distâncias consideráveis, até se anichar numa rede suspensa de uma barra apoiada em dois postes. Esse entusiasmo dos locais não chega, todavia, para que se revejam nas equipas formadas pelos ingleses residentes na Ilha. Apesar destes, amiudadamente, aporem à designação das suas formações o nome da Madeira.

Por isso, cada um dos primitivos jogos das equipas dos marítimos será como que uma batalha simbólica desse povo à procura da sua afirmação. Dizse que os cumprimentos das boas vindas, os tons respeitosos do comércio e a manha da pedincha, transformavam-se em ondas de um jogo indomável, que surpreendia os adversários e orgulhava os apaniguados.
Cada vitória constituirá a subida de mais um degrau na popularidade crescente. As equipas dos marítimos ganharão fama. E uma identidade própria, uma marca de distinção em relação às demais – jogarão sempre para ganhar, custe o que custar. Em nome da Madeira. E do seu Povo.



O ‘Madeira XL’, constituído só por estrangeiros, cujos nomes legendam a foto (1898). Os madeirenses não se reviam nestas equipas, mas eram assistentes entusiasmados dos jogos. A assistência instala-se a sul do campo D. Carlos I, onde ainda não existia muro de suporte

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