O ano de 2010 marca o centenário das duas equipas da Região Autónoma da Madeira com maior notoriedade no futebol nacional e, porque não, europeu. O objectivo desta rubrica será divulgar a história de ambos os clubes, começando pelo nosso querido Clube Sport Marítimo, até ao dia exacto do centenário, 20 de Setembro de 2010, para depois dedicar, no tempo que intercala os dois aniversários, algum espaço ao Clube Desportivo Nacional, que claramente merece o destaque. Esta contemplação à equipa verde-rubra advém da sua maior popularidade entre os concorrentes da Liga Tahiti. Toda a história verde-rubra que será postada nos proximos meses está inteiramente dísponivel no sítio oficial do CSM.
O primitivo campo no Largo da Achada, na Camacha, onde se jogou futebol em Portugal pela primeira vez. Registo de um dos primitivos jogos entre equipas de marítimos.
Dos Primórdios à Fundação
No Funchal é fundado um Clube que ainda hoje se dá pelo nome de Club Sport Marítimo. Só 15 dias depois acontecerá a implantação da República. Mas as duas equipas de futebol que estão na origem deste Marítimo, já ostentam faixas com as cores do pavilhão republicano – o vermelho e o verde. Colocadas sobre as camisolas brancas que ambas as formações usam, essas faixas não são apenas uma forma de distinção entre os jogadores. Simbolizam, antes de mais, as aspirações da classe dos marítimos pelo advento do novo regime. E a crença que da sua instauração resultará Progresso e Bem-Estar.
Este clube, como todos os outros que se formarão até final da segunda década do século XX, também fundou as suas raízes nas movimentações desportivas que os ingleses – residentes e turistas – vinham semeando na Ilha desde o último quartel do século XIX. Mas a história da constituição do Marítimo não se faz na dependência dos ingleses ou com a sua colaboração. Pelo contrário, inscreve-se na afirmação independente da classe marítima.Como se fosse um grito de liberdade, um corte de amarras. Uma bandeira de orgulho madeirense.
Este clube, como todos os outros que se formarão até final da segunda década do século XX, também fundou as suas raízes nas movimentações desportivas que os ingleses – residentes e turistas – vinham semeando na Ilha desde o último quartel do século XIX. Mas a história da constituição do Marítimo não se faz na dependência dos ingleses ou com a sua colaboração. Pelo contrário, inscreve-se na afirmação independente da classe marítima.Como se fosse um grito de liberdade, um corte de amarras. Uma bandeira de orgulho madeirense.
Primeiros Pontapés
Na Madeira, a prática do futebol terá começado por volta de 1875, por obra e vontade do jovem Harry Hinton. Aos 18 anos, regressa de Inglaterra, onde estudava, trazendo consigo uma bola de futebol. A primeira de que há memória no país. Com ela se fizeram os primeiros jogos de futebol em Portugal, no Largo da Achada, na Camacha. mesmo ao lado da Quinta da Achadinha, um dos locais de férias da família Hinton. Eram desafios realizados por grupos constituídos entre a colónia ingle-sa, mesclada por um ou outro elemento da elite local. Mas a generalidade dos madeirenses ainda está longe de descobrir esse jogo. As sementes desses primitivos encontros de futebol cedo deram frutos. O jogo ganhou um número sempre crescente de adeptos. Sobretudo quando passou a ser jogado à beira-mar, pelas tripulações dos barcos que passavam pelo Funchal ou pelas equipas dos estrangeiros residentes.
As tripulações dos barcos que fundeavam no Funchal tiveram um papel importante na divulgação do futebol entre os madeirenses.
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