Depois de o Dakar ter mudado de ares devido à violência terrorista que se fazia sentir no continente africano, eis que dois anos depois, o terror volta a assombrar um grande evento desportivo. Toda a gente sabe o que se passou e o que importa aqui referir é que, embora não exista desculpa para este tipo de actos, quando os europeus decidiram dividir o território africano com régua e esquadro, não tiveram minimamente em conta as diferenças culturais existentes entre os vários povos que habitam o continente. Ora, a provincia de Cabinda encontra-se a norte do território angolano. Anteriormente fazia parte do Congo, mas foi cedida a Portugal na altura em que o Congo foi dividido por vários paises europeus, entre eles França (Congo Francês) e Bélgica (Congo Belga). Os belgas exigiram uma ligação do ''seu Congo'' ao oceano atlântico, provocando assim a separação que hoje existe entre a província de Cabinda e o restante povoado angolano. A FLEC bate-se desde a revolução de 1974 em Portugal pela independência de um território onde defendem existir várias diferenças, culturais, históricas e económicas. Uma região que vive singularmente da exportação de crude está intimamente ligada a várias pressões internacionais. Os recentes tratados de paz e cooperação com o governo central parece que em nada estão a resolver o problema de Cabinda.
Lamentesse as vítimas inocentes destas acções políticas irreflectidas.
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