domingo, fevereiro 21, 2010

100 Verde Rubros Anos - Capítulo I, Parte 4

Balizas Precisam-se
Apesar dessa ausência do ‘Candinho’ entre os membros da Direcção, o seu ‘Aurora’ é o local onde, além de se aprovarem os primeiros Estatutos do clube, se vão tomar as primeiras ‘grandes decisões’ do Club Sport Marítimo. Precisamente por serem 'grandes decisões’, não basta a Direcção reunir. É preciso que os sócios também estejam presentes. Afinal, mandar construir as balizas do Clube e proceder à encomenda de equipamentos apropriados, são iniciativas de grande importância, que exigem o compromisso de todos.Um clube que se preze, nesta altura, não só tem de possuir as suas próprias balizas, que são levadas pelos membros da equipa para cada um dos jogos que disputa, como também as deve identificar claramente com as suas cores.As primeiras do Marítimo são mandadas pintar, naturalmente, de vermelho e verde.Já não se pode colocar a questão dos equipamentos da equipa em pé de igualdade com a importância das balizas.Nos primeiros tempos do futebol madeirense,apenas Marítimo, Madeira, Ateneu e Império, faziam questão ou podiam apresentar-se em campo trajando com equipamentos próprios. No caso do Marítimo, essa preocupação esteve, desde sempre, presente.



Camisola do Marítimo
Uma só equipa de marítimos, agora devidamente organizada, não podia adoptar outra camisola que não fosse a junção das faixas vermelha e verde que os tinha distinguido anteriormente, quando ainda só jogavam entre si. Foi assim que se criou a camisola verde-rubra, listada verticalmente, que ainda hoje é, geralmente, usada pelo clube em todas as suas equipas. Ao que consta, as primeiras terão sidoconfeccionadas pela esposa de Cândido Gouveia. Como já se disse em relação às faixas distintivas das equipas de marítimos que foram os embriões do clube, também agora a adopção final da camisola verde-rubra era muito mais que a simples junção das simbólicas faixas do passado.
Acima de tudo, representava-se a República triunfante e a convicção de que com ela se materializaria a vida mais digna e feliz que a sua propaganda prometera. Diga-se ainda que essa escolha tinha um largo acolhimento popular, que extravasava largamente a classe dos marítimos.
Também por aí se ia solidificando a popularidade e aceitação de um clube que, apesar de nascer por obra e vontade da classe marítima, caminhava rapidamente para se transformar numa instituição querida e respeitada pela generalidade da população.

Sede Maior
Rapidamente foi sentida a necessidade de se instalar o clube num espaço capaz de dar resposta às actividades desportivas que desenvolvia e ao convívio do crescente número de sócios.O ‘Aurora’ já não comportava a movimentação da vida do Marítimo. A opção recaiu sobre um casarão situado na Travessa do Pimenta, 14. Neste espaço foi possível instalar um ginásio e espaços para jogos de mesa, equipamentos e secretaria. Era tudo sustentado com a quotização dos sócios. E dos jogadores, também eles pagantes. Todos cumpriam com regularidade as suas obrigações.A Sede foi um óptimo complemento à actividade desenvolvida dentro de campo.
De facto, os que detinham a condição de sócio do clube ali encontraram uma boa resposta para a passagem de momentos de ócio, parte dos quais eram ocupados com o desenvolvimento de actividades desportivas.Sabe-se que boa parte dessas actividades proporcionadas aos sócios eram realizadas, muitas vezes, em simultâneo com os jogadores do clube, que também ali se exercitavam com frequência. Esta era, afinal, apenas mais uma razão para que a condição de sócio do Marítimo fosse procurada por muitos populares e amantes do desporto. O que, mais rapidamente do que era suposto, forçou à elaboração de um conjunto de normas de comportamento e utilização deste espaço social.

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