quarta-feira, fevereiro 24, 2010

100 Verde Rubros Anos - Capítulo I, Parte 4


Primeiro Aniversário

A passagem do primeiro aniversário sobre a implantação da República – 5 de Outubro de 1911 – foi escolhida para promover as comemorações do primeiro aniversário do Marítimo. Uma escolha natural, por tudo quanto já ficou dito. E a festa será bem animada ... Na sede do clube é organizado um espectáculo variado, montado pelos dirigentes, associados e adeptos da colectividade. Dele consta, correspondendo ao fervor político decorrente da implantação do novo regime, uma apoteose sobre a vitória republicana e a queda da monarquia. João Pereira, um cantor da época, interpreta canções. Mas as grandes atenções são dirigidas para as actividades gimnícas (argolas, trapézios e barra fixa), realizadas no espaço da sede que dispõe desses equipamentos. José Rodrigues (Barrinhas), Moisés de Sousa, Francisco Vieira (Rosalina), Jacinto Figueira, Vasco de Castro e Fernando de Castro, todos jogadores do Clube, são os intérpretes. O ‘vice’ João Rodrigues (Minha-Velha) e José de Abreu (Macaco), foram os ‘professores’.

Em Crescimento

A este ambiente festivo que rodeia o primeiro aniversário não é estranho o grande desenvolvimento que o Marítimo sofrera num curto mas intenso ano de vida.Cedo foi sentido que era preciso organizar mais que uma equipa. E surgiram as formações de ‘segunda’ e ‘terceira’ categorias. Para dar resposta aos constantes desafios que novos e antigos adversários lançavam, na mira de derrotar o Marítimo.Eram reptos de novas organizações desportivas em gestação, que tentavam seguir os exemplos do Marítimo e do Madeira. Algumas terão vida efémera, constituídas que eram para a disputa específica de um encontro. Outras subsistirão por períodos de tempo mais longos e outras ainda hoje existem.Registe-se ainda que este Marítimo exercia forte atracção sobre os players da época. E, sem que tal significasse o corte das raízes na classe marítima, vão sendo admitidos jogadores de outras categorias sociais nas equipas verde-rubras.O inglês Willender, que residia na Madeira em 1911, é um desses casos; Albin Yud, desportista suíço que se radica na Madeira, outro. Humberto Passos Freitas e João de Oliveira Martins, destacados membros do Madeira, solicitam para alinhar várias vezes no Marítimo. Ao longo do primeiro ano de vida Club Sport Marítimo confirma as expectativas que lhe tinham antecedido, impondo-se a todos os adversários que se lhe depararam.

Marítimo Imbatível

Sucessivamente desafiado para disputas com o Club Sports Madeira, com as tripulações de barcos que passam pelo Funchal, com outros grupos futebolísticos em constituição na Madeira, fossem estes integrados por madeirenses ou estrangeiros aqui residentes, o clube dos marítimos mantém-se imbatível. Quantas mais vitórias alcançava, maior era o desejo de antigos e novos adversários de derrotá-lo. Os marítimos usavam, como resposta ao empenho dos adversários, a lógica de vencer ou morrer.Dentro de campo socorriam-se do seu poderio físico, sobrepondo-o à técnica. Era o melhor meio para garantir os resultados desejados. Fosse por esta forma de lutar dentro de campo, fosse pela simpatia advinda do uso das cores republicanas, fosse ainda pelo facto de ter sido a primeira formação madeirense a vencer os ingleses – ou fosse ‘apenas’ por este conjunto de razões – a verdade é que o Club Sport Marítimo vai dispor de popularidade sempre crescente. E desenvolver, como fruto da mesma árvore, uma mística muito peculiar – a da invencibilidade ...

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