segunda-feira, fevereiro 15, 2010

Claques - Diabos Vermelhos

Os Diabos Vermelhos, mítica claque de apoio ao Sport Lisboa e Benfica, nasceram em 1982 através de uma união espontânea de um grupo de sócios do Benfica que habitualmente se reunia na bancada central do 2º anel do antigo Estádio da Luz.

É na época 82/83 que surge a designação do grupo "Diabos Vermelhos", tal como a sua primeira faixa e também as primeiras bandeiras.

Incentivada pela excelente prestação do Benfica na Taça Uefa dessa época (finalista em 82/83) e contando com o factor "novidade", rapidamente juntou muitos jovens adeptos.

Caras pintadas (por vezes até o cabelo), muitas dezenas de bandeiras, faixas com o nome da claque com os mais variados símbolos (destaque para os símbolos britânicos como a conhecida e tradicional bandeira inglesa ou a "Union Jack"), eram as suas características iniciais. As coreografias, apesar de não serem muito originais, davam nas vistas pelo "excesso" que parecia ser o lema da altura, dezenas de tochas e potes coloriam o "sector ultras" do Estádio da Luz. No apoio vocal eram considerados uma claque ruidosa, mas tal como nas outras claques existentes na altura em Portugal (poucas), os cânticos baseavam-se em gritar pelo nome do clube ou insultar a equipa adversária.

Ainda nos anos 80 surgem os "Diabos Vermelhos Norte" que garantia sempre a presença do grupo nos estádios nortenhos, mesmo quando a coluna principal do grupo não se podia deslocar.

Com o passar do tempo e já com os DV no 1º anel da central, a claque juntava muita gente na Luz bem como nas suas deslocações, nas quais por vezes ocorriam incidentes, nunca com finais trágicos pois nessa altura as lutas eram espontâneas e leais, não eram premeditadas e baseavam-se na luta corpo a corpo.

Em 1992, numa fase em que a claque contava com excelentes apoios da direcção do clube, criou-se uma ruptura no seio do grupo que deu origem a outra claque, os No Name Boys, e que quase ditou o fim dos DV.

Na época 92/93 perdem o apoio financeiro da direcção do clube por terem utilizado por várias vezes bandeiras com cruzes suásticas e por muitos dos seus membros serem skinheads e se conectarem com a extrema direita. Apesar dos símbolos terem desaparecido, o apoio jamais voltou.

"Connosco quem quiser, contra nós quem puder", este lema levado à risca criou um espírito de união tão forte que o grupo fechou-se sobre si próprio e foi isto que o susteve, o facto de não haver preocupação se eram 20 pessoas ou 200, ou se jogavam contra um grande ou pequeno, as palavras de ordem do seu lema diziam tudo.

As relações com a outra claque do Benfica não eram as melhores no início do novo milénio e quando o crescimento dos DV era mais visível que nunca, a sua sede seria incendiada.

Foi após este incidente que começa aquela que é considerada por muitos como a época de ouro dos Diabos. É a partir de 2002-2003 que ocorre o maior crescimento dentro da claque, passando os Diabos a afirmarem-se como uma das mais importantes claques a nível nacional, e é nesta época que celebram 2 décadas de existência.

Na época 2003-2004 mudam-se para os sectores 21 e 22 do piso 0 da bancada Coca-Cola do novo Estádio da Luz e graças às novas condições da bancada, passava a ser possível realizar melhores e maiores coreografias.

Quando tudo apontava para a estabilidade interna, eis que, por divergências internas na época de 2004-2005, saí o líder dos Diabos e uma nova direcção é formada. Porém estes não se deixaram desmotivar e largaram mãos à obra numa época que jamais será esquecida.

Grandes e majestosas coreografias são concretizadas, fumaradas de grande intensidade são realizadas na Luz fazendo renascer o mito do inferno da Luz, mas alguns problemas com a polícia, escaramuças internas, e uma nova política de venda de bilhetes fez com que muita gente deixasse de acompanhar a claque. Uma vez que o Benfica havia-se sagrado campeão nessa época, tal realidade não havia sido sentida tão intensamente, porém estava dado o alerta e uma reestruturação interna era necessária.

Assim durante a pré-época é feita uma recontagem do número de sócios, e o grupo desce dos 5 mil associados para um pouco mais de 1,5 mil.

Hoje em dia os problemas dos DV são notórios, são sempre poucos os que acompanham a equipa nas deslocações, e nos jogos em casa acabam por passar despercebidos.

Estará o fim à vista?

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