A II Guerra Mundial tinha finalmente acabado, a Europa ainda tentava curar as feridas da guerra, mas a FIFA já se organizava para o regresso do Campeonato do Mundo. Em 1946, no Luxemburgo, ficaria decidido que a competição iria realizar-se em solo sul-americano, mais concretamente no Brasil, e que o troféu agora passaria a ser conhecido como Taça Jules Rimet, o francês que idealizara a prova.
O Mundial de 1950 ficou longe da perfeição devido ao número de desistências e ausências de última hora, devido a motivos extra-desportivos. Foi o caso das duas Alemanhas, banidas pela FIFA, muitas outras selecções também não responderam ao convite por não poder custear o envio de uma selecção para a América do Sul. Outros casos de ausências, foram o da Argentina, devido a a divergências com a Confederação Brasileira de Futebol, e a Índia que não foi autorizada a que os seus jogadores entrassem descalços em campo. A fase final teve então de disputar-se apenas com 13 equipas.
O mítico Maracanã com capacidade para 200 mil pessoas foi o palco principal do Mundial de 1950.
Com tantos problemas na organização a FIFA teve então que reformular os moldes do Mundial, o mesmo passaria a ser jogado em poules, tanto no início como no fim. O campeão ficaria decidido após ser o melhor classificado de um "grupo final" de quatro selecções, onde todos jogavam contra todos. Aumentando assim as receitas, com mais jogos, nesse aspecto o sucesso foi estrondoso, ficava finalmente provado que o futebol poderia ser um excelente negócio.
A primeira parte contemplou quatro grupos, no Grupo A, destaque para as derrotas da Inglaterra com os EUA e Espanha, que deixou os britânicos fora de combate, pagando assim bem caro o isolamento a que se haviam obrigado, ao renegarem durante anos a sua presença num Mundial. No Grupo 3, a Suécia, campeã olímpica em título, deixou pelo caminho o Paraguai e a Itália, muito debilitada devido a um acidente de aviação que vitimou vários jogadores da Torino, habituais titulares da Squadra Azurra. O Uruguai por sua vez teve a sua tarefa muito facilitada, pois apenas teve que disputar um jogo frente à Bolívia (8-0), por culpa das desistência de outras selecções do Grupo 4. Quanto ao Brasil, estreou o Estádio do Maracanã frente ao México (4-0), venceu a Jugoslávia e empatou com a Suíça, atingindo assim com facilidade um lugar na fase seguinte.
Na poule final, o Brasil que contava com Ademir, Jair e Zizinho, parecia embalado para o título, apenas o Uruguai poderia fazer-lhes frente. Após a conjunção de resultados do Grupo (Brasil, Espanha, Suécia e Uruguai), o Brasil partia para o último jogo, frente ao Uruguai, apenas necessitando de um empate para se sagrar pela primeira vez Campeão Mundial. E que melhor cenário para o conseguir que um Maracanã com 200 mil ferverosos espectadores? O Brasil adiantou-se no marcador por Friaça, porém o Uruguai mais forte fisicamente por ter disputado menos jogos, conseguiu uma reviravolta notável com golos de Schiaffino e Ghiggia. A derrota do escrete, foi tão traumática, que o Brasil não disputou jogos em casa nos 4 anos seguintes. Por outro lado, o 16 de Julho ainda hoje é celebrado no Uruguai. É dia de... Maracanazzo!
Jogo Decisivo, 16 de Julho de 1950, Rio de Janeir0
Brasil 1-2 Uruguai
Friaça 47'; Schiaffino 66' e Ghiggia 79'
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