sexta-feira, abril 02, 2010

100 Verde Rubros Anos - Capítulo IV, Parte 6


Passagem pela Capital

À passagem por Lisboa a caravana campeã é homenageada em diversos momentos. Diversos comerciantes madeirenses na capital juntam-se à comitiva, saudando dirigentes, treinador e jogadores. O Sport Algés e Dafundo, apesar de se dedicar a prática da natação, promove uma festa aos novos campeões do futebol português. Os jogadores recebem prémios de diversas entidades. Numa acção que era um misto de simpatia e publicidade, a firma representante da Gillet na capital oferece a cada jogador um estojo com aparelho em metal dourado e lâminas ... A Ouriversaria Sport ofe-rece ao clube uma pequena taça. Destaque ainda para o almoço oferecido a toda a caravana pelo dr. Américo Correia da Silva, um ilustre conterrâneo que se encontrava à data na capital do país.
Festa na Madeira

Após a vitória sobre o Porto, na meia-final, a notícia de que o Marítimo disputaria a final do Campeonato de Portugal e a polémica levantada pelo Belenenses quanto ao local de realização da partida, foram seguidas com paixão na Madeira. No dia da final, muitos adeptos do clube, acompanhados de desportistas com as mais diversas filiações, dirigiram- se para a estação Pico-Rádio, onde aguardaram ansiosamente a confirmação do desfecho da partida. Momentos antes das 17 horas foi recebida a notícia da vitória. Célere, espalhou-se pela cidade, levando a 62 José Ramos (Zé Pequeno) e Manuel Ramos (Janota), dois irmãos influentes na equipa campeã de Portugal. Menú do primeiro jantar comemorativo da vitória, realizado no dia seguinte ao jogo da final. Os pratos são baptizados com as alcunhas dos jogadores... todos os cantos a certeza do triunfo antes tantas vezes sonhado pelos madeirenses. Em diversos pontos do Funchal são lançados foguetes. Milhares de pessoas dirigem-se para a sede do Marítimo. É aqui que se confirmam as ‘suspeitas’ a muitos anunciadas pelo fogo de artifício. As entidades oficiais marcam presença. Os dirigentes dos clubes madeirenses apresentam parabéns. Por fim as bandas de música dão mais vida à festa. O dia é de glória.
Recepção Gloriosa

A caravana dos campeões chega ao Funchal a 10 de Junho. Vem a bordo do vapor Lima, que se apresenta todo embandeirado. São sete horas da manhã mas os foguetes rebentam um pouco por todos os lados do anfiteatro funchalense. Num sem número de pequenas embarcações que acompanham o vapor desde a sua aproximação, atafulham- se todos quantos nelas couberam. Este entusiasmo toca todas as classes sociais. A Madeira, através do Marítimo, vencera! No cais, os primeiros lugares estão destinados às entidades oficiais. Seguem-se-lhes os dirigentes dos clubes madeirenses. Por fim, as bandas de música e o povo anónimo. No cortejo até à Câmara Municipal, uma chuva de flores cobre os jogadores. Milhares de pessoas acompanham os campeões de Portugal. Segue-se uma festa na sede da Associação de Futebol. A comitiva verde-rubra é homenageada pelos dirigentes associativos e dos clubes madeirenses. Os jornalistas contactam de perto com os jogadores, recolhendo informações e procurando inteirar- -se dos ‘pormenores’ que conduziram ao triunfo e à glória.
Orgulho Madeirense

O destino agora é a sede do clube. Na recepção é dada a palavra a tantos oradores quantos desejam falar. Exalta-se o orgulho madeirense. Os estudantes animam a festa. À noite há um banquete, promovido pelo ‘Sport do Funchal’. Participam mais de cem convivas, número assinalável para a época. As sedes do Marítimo e da Associação de Futebol são iluminadas. No Largo do Chafariz toca um banda, por conta de vários comerciantes e desportistas locais. A Banda Distrital oferece a partitura de um hino dedicado ao campeão de Portugal. Nos dias seguintes, um pouco por todo o lado e das mais diversas formas, fazem-se sentir os ecos da vitória. Mais que da vitória em si mesma, esses eram os ecos da satisfação de todo um Povo orgulhoso de tão digno representante desportivo.

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