domingo, abril 18, 2010

100 Verde Rubros Anos - Capítulo V, Parte 5


Embaixador e Anfitrião

Ao longo destas duas dúzias de anos que medeiam entra a conquista do título de Campeão de Portugal e a Digressão a África, o Marítimo, malgrado as vicissitudes que passou, manteve- se, na linha das suas melhores tradições, como melhor embaixador e anfitrião da vida desportiva madeirense. Por aí também se solidificaram as raízes que alimentavam o campeão de Portugal e das Ilhas. Nem sempre os desfechos foram os melhores. Nem sempre os resultados económicos foram os desejados. Mas esteve sempre presente a vontade indomável de rasgar o isolamento e afirmar esse orgulho de ser madeirense. A generalidade daquelas que se foram transformando em ‘grandes’ equipas nacionais passaram pelo Funchal. E nas mais das vezes ficaram a conhecer as vagas impetuosas de que continuava a ser feito esse futebol do Marítimo. O clube madeirense já não ganha sempre – mas vencê-lo na Madeira é obra rara e só ao alcance dos melhores.
Para todos os gostos

Benfica (1936 e 1949), Porto (1942 e 1950) e Sporting (1950), foram os mais desejados e apreciados intérpretes desses confrontos. Da derrota imposta aos encarnados em 1936 já se falou atrás; em 1949, depois de 1-1 com o Nacional (clube também organizador da deslocação), os benfiquistas batem o Marítimo por 3-2, num jogo memorável. A ‘desforra’ fica marcada para três dias depois. O campo dos Barreiros regista a maior enchente até então. O Marítimo vence por 4-2. Lança Moreira, jornalista d ´ A Bola escreve: "O Marítimo foi, sem dúvida, mais igual em toda a partida. (...) Vitória limpa e certa. Albino, João Correia, Paixão, Raul e Carvalho, foram, pela ordem, os jogadores que mais impressionaram".
Nem com Pinga

Os portistas de 1942 trazem na caravana ‘Pinga’, o internacional português e capitão da selecção nacional que o Marítimo ‘criara’ nas suas escolas. Mas não impedem duas derrotas com o Marítimo (2-0 e 4-1). O Nacional (co-organizador da visita) empata um jogo (1-1) e vence outro (1-0). Em 1950, os nortenhos escalam no Funchal de passagem para os Açores. Em desafio previamente acertado com o Marítimo, sofrem uma derrota expressiva: 4-2. Cinco dos titulares dos ‘azuis e brancos’ eram internacionais ‘AA’ … Quanto ao Sporting, apresenta-se no Funchal a 1 de Janeiro de 1950. A despeito da sua fortíssima formação, o Marítimo luta até à exaustão por um resultado digno. 1-1 foi o desfecho final. Para surpresa lisboeta e satisfação madeirense.
Outros visitantes

Muitas outras formações passaram pelo Funchal, sempre com o intuito de defrontar o ‘maior das ilhas’, como este Marítimo vai ficando conhecido. Vitória de Setúbal (1927), Belenenses (1928, 1948 e 1949), Académica (1936 e 1937), Estoril Praia (1949), são os principais desses grupos continentais que nos visitam. Claro que também houve dissabores. Derrotas inesperadas. Algumas até pesadas. Mas elas são a excepção que vai confirmando essa regra que está ‘em vigor’ desde que o clube se fundou – para ganhar o Marítimo é preciso lutar muito.

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