quarta-feira, maio 12, 2010

100 Verde-Rubros Anos - Capítulo VII, Parte 2

Boavista na Madeira

Em Junho de 1951, o Boavista visita a Madeira, mercê de iniciativa conjunta do Marítimo e do União. Os ‘axadrezados’ efectuam quatro jogos e regressam ao Porto sem o sabor da vitória: 1-2 e 2-5 com o Marítimo, 1-3 com o Nacional e 0-0 com o União. Apesar dos boavisteiros estarem a caminho do profissionalismo, os amadores madeirenses foram superiores. Pires Guerreiro, director do Boavista deixa, a propósito da primeira partida com o Marítimo, um registo interessante nas páginas do ‘Correio Desportivo’:
"A equipa do Marítimo foi a que nos deixou melhor impressão pelo seu valor ofensivo, e possui elementos que mereciam a atenção do seleccionador nacional. Gostei da arbitragem, enérgica, com autoridade, e certa no julgamento de penalidades. O público foi de uma correcção inexcedível, sendo imensamente simpático o apoio que encontrámos nalguns sectores".
Visita da Briosa

Em Agosto é a vez da Académica, a convite do Marítimo. Os dois jogos disputados terminam com a vitória do Marítimo: 3-1 e 4-1. A irreverente ‘Briosa’ curva-se perante a superioridade verde-rubra. A memória da digressão é registada por António Henrique Curado, jogador da Académica, na revista ‘Selecções Desportivas’:
"A jogar no Funchal, o Marítimo é outra coisa, completamente diferente do Marítimo que joga na Metrópole. Realmente é belo vê-la jogar (a equipa), mesmo que por vezes os seus homens dificultem as jogadas, mercê de qualquer extravagância pessoal, sem nunca, porém, deixarem que o pessoalismo se infiltre na maneira de actuar. (...) Entre o grupo do Marítimo, composto por abnegações com alto espírito de luta, existem três que em conjunto têm bastante categoria, não sabendo se na Metrópole haja quem os possa igualar. Referimo-nos ao trio avançado: Checa, Chino e Raul. Todos de forte compleição atlética, exímios nas jogadas de cabeça e chutando indiferentemente com ambos os pés, são bem os principais obreiros dos triunfos do clube ..."
Novos visitantes

Em Abril de 1952 segue-se o Sporting da Covilhã. A iniciativa é conjunta – de Marítimo e Nacional. O Marítimo derrota os ‘serranos’ por 3-2 e consente uma derrota por uma bola sem resposta. O parceiro da empresa é derrotado por três bolas a zero. A recepção a equipas do ‘interior’ do continente prossegue em Julho do mesmo ano, com o Juventude de Évora. Os alentejanos ganham os três jogos realizados: 2-1 e 3-2 ao Marítimo e 4-0 ao Nacional.
Barreirense tomba
O Verão deste ano traz, em passagem para os Açores, um Barreirense que, tal como o Sporting da Covilhã e o Juventude de Évora, vem marcando presença de destaque nos campeonatos ‘nacionais’. Mas a valia barreirense não é capaz de bater o Marítimo – 3-0 no primeiro jogo (de passagem para os Açores) e o 1-0 (no regresso para Lisboa). Entre estas duas partidas acontece ainda uma vitória sobre o Deportivo Tenerife (4- 1), presente na Madeira por iniciativa do União. Na rota dos clubes das vizinhas ilhas Canárias, dois meses mais tarde, o Marítimo bate o 'Aviación' por 4-2 e 3-2.

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