segunda-feira, maio 24, 2010

100 Verde-Rubros Anos - Capítulo VII, Parte 7


Sporting na Madeira

Em Junho de 1958, a direcção verde-rubra, interpretando o desejo dos desportistas locais por grandes espectáculos desportivos que agitassem o meio regional e servissem de avaliação ao futebol do clube, convidou o campeão nacional – Sporting – a deslocar-se à Madeira A empresa custa 140 contos: 70 de ‘cachet’, 40 para transportes aéreos, 20 para organização e outras despesas diversas, tudo a cobrir num só jogo. Era arriscado. Mas um mês antes, a receita do Marítimo - Porto, na primeira ‘mão’ dos oitavos da Taça de Portugal, fora de 230 contos… O encontro realiza-se a 15 de Junho, no Estádio dos Barreiros e acaba com um empate a uma bola. Mas o resultado foi melhor que a receita, insuficiente para cobrir a despesa.
Nova Feira

Este desaire só intensifica a vontade posta na organização da segunda ‘Feira Popular do Marítimo’, que vai funcionar de 31 de Agosto até 22 de Setembro. A receita era ‘segura’, dada a grande adesão que a iniciativa merecia. O certame fica incluído no programa das comemorações do 48º aniversário. Mas a grande inovação da época é a revista ‘Rosário de Cantigas’, musicada pelos irmãos Freitas, a qual terá mais de dez apresentações, com a lotação do Teatro Municipal esgotada. O sucesso é tal que se faz uma exibição com receita para o ‘Dia do Preso’. No Marítimo comenta-se que, desta feita, não é a equipa de futebol a ser usada para fins de benemerência, mas não deixa de ser uma iniciativa verde-rubra a ter os mesmos fins.
Arranque das obras

A 29 de Setembro acontece a cerimónia de arranque das obras para a construção do campo de jogos do Marítimo. A recolha de fundos decorre com entusiasmo entre os sócios, mas os valores angariados estão ainda longe dos montantes necessários. Uma ‘ajuda’ aos cofres do clube é a cedência de ‘Chino’ ao Benfica, por duas épocas – ao fim das quais terá de voltar ao Marítimo. O ‘empréstimo’ vale cinquenta contos. Entretanto, a secção de juniores dá prejuízo, e a respectiva comissão, sentindo-se injustiçada, demite-se em Janeiro de 1959.
Novo presidente

O estado do futebol do Marítimo continuava a merecer críticas dos sócios e era tema de debate entre os apaniguados verde-rubros e os adeptos das restantes colectividades. A direcção está pressionada pelas circunstâncias e acaba substituída em Janeiro de 1960. O Dr. Henrique Vieira da Luz assume o cargo de presidente do clube. Era um dirigente que gozava de largo prestígio, merecia o apoio generalizado dos sócios e reunia o consenso necessário para estabilizar a vida da colectividade.

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