Bodas de Ouro
Estamos no ano das Bodas de Ouro. O Marítimo vive, no futebol, um dos mais difíceis momentos da sua equipa de futebol, em resultado do fraco desempenho da sua equipa de honra. O rival União já iniciou a sua caminhada para a conquista de sete títulos consecutivos de campeão da Madeira. No Marítimo trabalha-se para o futuro. E salienta-se que o desânimo da massa associativa, é um problema tão grave como os fracos resultados da equipa de honra.
Comemorações à altura
É com esse estado de espírito que se comemoram as Bodas de Ouro. Uma Comissão de Honra que engloba as principais entidades civis, militares e uma Comissão Central, liderada pelo eng. José Adolfo Pinto Elyseu, põem em marcha, com inúmeras colaborações, um ambicioso programa. Nova ‘Feira Popular’, a edição de um número especial do boletim do clube, uma sessão solene no Teatro Municipal, uma orgulhosa exposição dos trofeus, um festival no Estádio dos Barreiros e a restauração da sede primitiva do clube, são as partes mais destacadas da série de eventos que animou a colectividade e a sociedade madeirense.
Assaltos Lisboetas
Entretanto, o esforço de relançamento do futebol verde-rubro começa a dar os primeiros resultados. Surgem, nas camadas mais jovens, jogadores de bom nível. E surgem também novas contrariedades. Contra tudo o que se encontrava estipulado na regulamentação em vigor, Nelson é transferido para o Benfica, através de um execrável parecer do Director Geral dos Desportos. O jovem madeirense estava prestes a ser integrado na primeira categoria verde-rubra, era amador e pertencia à escola de aprendizagem do clube desde 1956. A cobiça benfiquista despertara com a participação do jogador nos treinos da selecção nacional de juniores. Foi um rude golpe, tanto mais que, no apogeu da crise da sua equipa principal, o Marítimo disputa, na época 63/64, o jogo de ‘passagem’ com a promoção, por ter sido o último classificado do campeonato da Madeira. Virgílio (para o Belenenses) e Feliciano (também para o Benfica), foram outros casos que fizeram correr muita tinta, tanta era a injustiça advinda da irregularidade das suas transferências para os clubes continentais.
Feira prolongada
Com os sucessivos inêxitos futebolísticos a persistirem, o Marítimo procura por todos os meios dinamizar a sua vida associativa e angariar fundos que permitam responder às muitas solicitações que enfrenta. A Feira Popular em 1964 terá a duração de três meses e traz à Madeira as ‘estrelas’ nacionais: Ana Maria, Rossano, Raul Solnado Luiz Mariano; Maximiano de Sousa (Max) é um dos artistas mais admirado; pelo meio a famosa cançonetista espanhola Marisol encanta o Funchal. Estes são também os tempos em que, como que a compensar as ‘desgraças’ do futebol, a actividade das modalidades amadoras (nomeadamente o Hóquei em Patins) cativa a atenção de um considerável número de sócios.
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