Talvez, nem por isso
Mas também há posições dúbias. O Sporting lisboeta ‘esconde’ a sua opinião, limitando-se a garantir que aguarda que a Federação de Futebol lhe solicite parecer sobre o assunto. A direcção do Belenenses informa que dedicará à matéria a sua melhor atenção; o Atlético afiança que está a ‘estudar’ e que se pronunciará "logo que sejam encaradas as premissas que porventura se esbocem sobre o caso". O Oriental deixa escapar o que lhe vai na alma (e na de outros): "Parece que é de considerar a vossa sugestão, e depois do estudo da proposta apresentada à Federação por intermédio da vossa Associação, não teremos dúvidas em patrocinar a vossa pretensão, se a mesma se afigurar viável". O ‘parece’ inicial e o ‘se’ final diziam tudo…
Recusa inexplicável
Em Maio de 1952, apurado uma vez mais para disputar a Taça de Portugal em representação das ilhas, o Marítimo propõe condições financeiras especiais ao adversário – o campeão Sporting de Portugal – para que aceite disputar uma eliminatória no Funchal. Recusa total. Evitar o confronto na ‘casa’ do campeão das ilhas e o incómodo de uma deslocação julgada sempre ‘fácil’ e ‘justa’ quando se tratava de ser os ‘de cá’ a viajar, é o ‘sumo’ da posição dos lisboetas. Mas é através deste tipo de propostas e iniciativas, que secundam a intervenção no plano oficial, que a luta pela plena participação nas provas nacionais vai ganhando novas formas e (alguns) aliados.
Esperança tornada realidade
A 8 de Outubro deste mesmo ano, o presidente da Associação do Funchal, eng. João Antunes de Sousa, manifesta a convicção de que seria possível, nessa época, ver pelo menos uma das eliminatórias da Taça ser jogada na Madeira. Álvaro Reis Gomes – sempre ele! –, agora a residir na capital e delegado da Associação junto da Federação, voltará a desempenhar um papel decisivo no desfecho do congresso federativo que vai tornar realidade as palavras do presidente associativo e dar vida às aspirações do Marítimo. Estamos em Maio de 1953. Finalmente a Madeira passaria a dispor de um pequeno direito … que era uma grande vitória – disputar uma das ‘mãos’ da eliminatória da Taça de Portugal em ‘casa’.
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