terça-feira, junho 15, 2010

100 Verde-Rubros Anos - Capítulo VIII, Parte 7

Sem clube único

A reconquistada supremacia no futebol regional coloca ao Marítimo confrontos com as mais fortes equipas continentais – para a Taça de Portugal, ficará célebre a eliminação da poderosa formação do Leixões, na época 1967/68. Mas as provas dentro de campo não eram suficientes. E a porta que se abria para a admissão de um clube madeirense no campeonato nacional eram as da III Divisão. O Marítimo entendia merecer mais, embora para tal não quisesse ser mais que o Marítimo de sempre. Por isso, no jantar comemorativo do 58º aniversário do clube (1968), Adelino Rodrigues, historia a vida da colectividade, caracteriza a sua mística e esclarece que "o Marítimo, por tudo quanto tem realizado em prol do desporto é um clube único, o que não significa ser «o clube único»". A subtileza marca o distanciamento em relação às propostas de fusão das equipas da divisão de honra do futebol madeirense, sugerida por diversos sectores desportivos. A repulsa pela ideia ‘fusionista’ percorre a colectividade verde-rubra e destaca o clube dos principais rivais.
Provas de primeira

Ao mesmo tempo que desenvolve uma série de iniciativas que visam a entrada na II divisão nacional, o Marítimo mantém intensa actividade da sua equipa de Honra, trazendo à Madeira os principais clubes nacionais. Em Outubro de 1968 bate o primodivisionário Atlético por 2-1. Dezembro do ano seguinte é o momento da recepção ao Grupo Desportivo da CUF, uma das mais fortes equipas portuguesas do momento. Uma derrota (0-1) e um empate (1-1) forçam o treinador da formação continental a admitir:
"A vitória (no primeiro jogo) cairia bem ao Marítimo, que foi sem dúvida alguma a melhor equipa sobre o terreno. Surpreendeu-me deveras esta equipa que tem uma capacidade técnico-física superior a algumas equipas continentais. (...) O Marítimo tem equipa não só para a 2ª divisão nacional, como também para a 1ª, pois como atrás disse, há lá equipas que não valem metade".
Passagem amarga

Porém, na noite da passagem desse ano, em confronto com a Académica, a formação verde-rubra, menos habituada que os ‘estudantes’ a jogar em ambiente invernosos, consente uma derrota por 5-1. A receita de bilheteira – praticamente nula – é tão amarga como a derrota. Tudo parece diluviano, nesse fim de ano de intempérie tão forte que obriga a adiar a queima de fogo e os paquetes que deviam presenciar a passagem de ano do Funchal rumam para Canárias. Os prejuízos ‘sugam’ as receitas angariadas nos jogos com a CUF, no início do mês. Mas é preciso manter a caminhada de confronto com as formações continentais, ir medindo a valia real da equipa, na certeza de que está para breve o momento em que se abrirá a porta das provas nacionais.

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