sexta-feira, junho 29, 2012

Wimbledon (Dia 4): Checo-mate a Nadal e a conspiração de King Karlo


RESULTADOS ATP - 2.ª RONDA (DESTAQUES):
Ivo Karlovic (CRO) - Andy Murray (GBR/4), 5-7, 7-6, 2-6 e 6-7
Lukas Rosol (RCH) - Rafael Nadal (ESP/2), 6-7, 6-4, 6-4, 2-6 e 6-4
James Ward (GBR) - Mardy Fish (EUA/10), 3-6, 7-5, 4-6, 7-6 e 3-6
David Ferrer (ESP/7) - Kenny De Schepper (FRA), 7-6, 6-2 e 6-4
Jo-Wilfried Tsonga (FRA/5) - Guillermo Garcia-Lopez (ESP), 6-7, 6-4, 6-1 e 6-3

Numa das maiores surpresas de sempre em torneios do Grand Slam, Rafael Nadal perdeu na segunda ronda de Wimbledon com o 100.º jogador do ranking mundial - o checo Lukas Rosol -, sob a cobertura amovível do Centre Court. E Ivo Karlovic diz que o torneio perdeu credibilidade, após problemas de arbitragem no seu encontro com o herói local Andy Murray.

Será que as estrelas se estão a alinhar em favor do britânico? Murray já jogou e perdeu três finais de torneios do Grand Slam, mas nunca atingiu o derradeiro encontro de Wimbledon, apesar de ter chegado às meias-finais nas últimas três edições - e desde a década de 30 que nenhum britânico atinge a final (1938, Bunny Austin) ou chega ao título (1936, Fred Perry) do mais prestigiado torneio de ténis do planeta.

O gigante Ivo Karlovic acha que a equipa de arbitragem favoreceu o herói local no equilibrado duelo desta quinta-feira com Andy Murray (o croata foi penalizado com 11 [!] faltas de pé); deverá pensar agora que a sua surpreendente teoria da conspiração ficou ainda mais justificada na sequência do incrível desaire de Rafael Nadal - que está precisamente na metade do quadro do escocês - diante do número 100 mundial Lukas Rosol.
Surpresa. Rosol ofereceu um "checo" sem cobertura a Rafael Nadal.
E o triunfo por 6-7 (9/11), 6-4, 6-4, 2-6 e 6-4 foi mesmo selado sob a cobertura amovível do vetusto Centre Court - já que, face ao adiantado da hora e perante o escassear de luz natural, a direcção do torneio determinou que, após o quarto set, o tecto se fechasse e se ligassem tanto as luzes artificiais como o sistema de ar condicionado. Só que foi então necessária uma interrupção de meia hora para correr a cobertura e deixar tudo pronto, o que pode ter cortado o élan do espanhol e permitido ao checo recompor-se - e o certo é que, logo no regresso ao mais famoso court do mundo, Lukas Rosol voltou a destilar o seu portentoso ténis e cedo ganhou um ascendente no marcador que não deixou escapar.

O triunfo do checo sobre Rafael Nadal na segunda ronda é seguramente uma das maiores surpresas das últimas décadas em torneios do Grand Slam. Basta atender ao facto de a actual "troika" dominante do ténis mundial (Roger Federer, Rafael Nadal, Novak Djokovic) ter ganho 28 dos últimos 29 títulos do Grand Slam e ter praticamente atingido o estatuto de intocáveis, com a agravante do campeoníssimo espanhol ter atingido sempre a final de Wimbledon nas últimas cinco edições que jogou no All England Club: ganhou em 2008 e 2010, foi finalista em 2006, 2007 e 2011, não tendo jogado por lesão em 2009.

Para mais, Rafael Nadal não perdia tão cedo num torneio do Grand Slam desde a segunda ronda de Wimbledon em 2005, quando era ainda muito jovem e o seu estilo de jogo não estava adaptado aos courts de relva - ao passo que Lukas Rosol, já com 26 anos e que nunca foi melhor do que 65.º da hierarquia, tinha perdido na primeira ronda do qualifying de Wimbledon nos últimos cinco anos!

RESULTADOS WTA - 2.ª RONDA (DESTAQUES):
Serena Williams (EUA/6) - Melinda Czink (HUN), 6-1 e 6-4
Maria Sharapova (RUS/1) - Tsvetana Pironkova (BUL), 7-6, 6-7 e 6-0
Elena Baltacha (GBR) - Petra Kvitova (RCH/4), 0-6 e 4-6
Sara Errani (ITA/10) - Anne Keothavong (GBR), 6-1 e 6-1
Romina Oprandi (SUI) - Victoria Azarenka (BIE/2), 2-6 e 0-6

O inesperado e tardio desaire de Rafael Nadal aconteceu pouco depois das 22 horas e deixou para segundo plano todos os restantes assuntos do dia. No entanto, há que destacar a derrota da francesa Marion Bartoli (por 6-4 e 6-3 frente à croata Mirjana Lucic), que atingiu os quartos-de-final do ano passado e foi finalista em 2007, as polémicas declarações do francês Gilles Simon, de que os homens deviam ser melhor pagos do que as mulheres em vez de existir paridade no prize-money, e as vitórias de Serena Williams e Maria Sharapova.
Sharapova foi "obrigada" a jogar três sets frente a Pironkova.
A russa, número um mundial, ainda apanhou um valente susto perante a aguerrida Pironkova, que ofereceu uma tremenda e inesperada luta nos dois primeiros parciais. Contudo, a vice-campeã em título no torneio britânico mostrou toda a sua categoria ao aplicar um 6-0 no último set para seguir em frente para a 3.ª ronda.  As restantes favoritas carimbaram a qualificação com relativa facilidade, com especial evidência para os triunfos de Petra Kvitova e de Sara Errani, a última que brilhantemente atingiu a final deste ano em Roland Garros.

Fonte: wimbledon.com

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