- Resultados 3ª Jornada
. Nacional 1 - 3 V. Guimarães
. Benfica 3 - 0 V. Setúbal
. Beira-Mar 2 - 1 Académica
. P. Ferreira 2 - 2 Portimonense
. Sp. Braga 1 - 0 Marítimo
. Olhanense 1 - 0 U. Leiria
. Rio Ave 0 - 2 FC Porto
. Naval 1 - 3 Sporting
Após a jornada 3 da Liga Zon Sagres, o FC Porto tornou-se líder isolado da classificação, isto depois de vencer em Vila do Conde, somando assim três vitórias em outros tantos jogos. O Benfica, actual campeão, conquistou os primeiros pontos, com uma boa vitória frente ao V. Setúbal, que não soube aproveitar a superioridade numérica desde o minuto 23'. O Nacional, ex-líder do campeonato, perdeu pela primeira vez e logo na recepção ao V. Guimarães, adversário directo no objectivo europeu. Jogo em que Toscano, em estreia na Liga, foi o grande herói ao marcar um hat-trick, o primeiro da temporada. O "europeu" Sp. Braga continuou com as boas exibições e voltou a somar os três pontos, após vencer o Marítimo por 1-0. O Braga já é segundo na Liga, enquanto que os verde-rubros estão no último lugar, ainda sem pontos conquistados. A jornada encerrou com o Sporting a vencer a Naval no Estádio José Bento Pessoa por 1-3, resultado que deixa a equipa leonina no 3º lugar da classificação. Destaque ainda para os primeiros três pontos do Beira-Mar de Leonardo Jardim e para o empate entre o P. Ferreira e o Portimonense, um dos melhores jogos da jornada, em que a equipa algarvia conseguiu conquistar um importante primeiro ponto. A Liga Portuguesa pára neste fim-de-semana para compromissos da selecção nacional, voltando a 10 de Setembro com a 4ª jornada.
- Classificação após a 3ª Jornada
Há um ano, Jesus prometeu a conquista da Liga. Cumpriu. Apesar da pressão que se abateu em cima dos jogadores, reagiram bem e levaram o técnico a não faltar à palavra. Ora, este ano o Benfica tem ainda melhores condições para revalidar o título, caso consiga segurar as suas principais estrelas (até final de Agosto muita coisa pode acontecer). Para já, a venda de Di María fez chegar Gaitán ao "onze", único jogador que necessita de entrar no programa de aprendizagem, pois todos os outros conhecem de olhos fechados as ideias do treinador. Por outro lado, a saída do "queniano" Ramires ainda não foi colmatada, abrindo assim uma brecha no meio campo encarnado (provavelmente será colmatada com soluções internas, como Carlos Martins ou Rúben Amorim, que já demonstraram ser opções válidas no plantel). O Benfica, dos candidatos ao título (onde não entra o Braga), é o único que parte de uma base sólida. Os outros estão (quase) a começar do zero. Existe, no entanto, uma nuvem a pairar sobre a equipa: a solidez do guarda-redes Roberto. Nos jogos da pré-temporada não mostrou que houvesse um ganho em relação a Quim. Bem pelo contrário. Há um ano o sector mais recuado foi um dos pilares do sucesso. Mas se o espanhol não ajuda a segurar a estrutura, esta arrisca-se a abrir brechas. Por mais golos que se façam na baliza contrária, haverá desafios em que não os sofrer fará toda a diferença, como se viu em 2009/10. Será Jesus capaz de levar o Benfica ao bis no campeonato?
Todos em Braga, dirigentes, técnicos, jogadores e adeptos, desejam que esta temporada seja o prolongamento da anterior, com luta efectiva pelo título de campeão. Só que as condições internas e externas mudaram muito. A junção de factores que permite uma surpresa com a de 2009/10 acontece esporadicamente, não em anos consecutivos. Para que o Braga continuasse a "surfar a onda" do pódio, teria de contar com um ou dois dos "três grandes" em mau momento. Ora o que parece é que eles estão todos mais forte, enquanto os arsenalistas, sem Eduardo, sem Evaldo e sem Hugo Viana estão mais fracos. Não há que escondê-lo porque é uma realidade. O discurso poderá continuar ambicioso, mas em campo será improvável que a equipa repita os 71 pontos. Aliás, se ultrapassar os 60 já fará um campeonato extraordinário, porque será o segundo melhor registo da sua história. A SAD encaixou bom dinheiro com Eduardo e Evaldo, mas a acção que desenvolveu no mercado foi "amadora" (como nos casos dos guarda-redes) e sem qualquer contratação que pudesse dotar a equipa de mais-valias evidentes (Echiejile, Salino, Hélder Barbosa e Lima são apenas interessantes). Domingos Paciência tem nas suas mãos uma missão de risco, porque se as apostas não correrem bem, a classificação no campeonato poderá ficar aquém das expectivas.
Os resultados que André Villas-Boas obteve com a Académica justificam a aposta do FC Porto? De forma clara: não. No entanto, a equipa de Coimbra destacava-se pela forma como jogava, pelo facto de ter ideias bem claras em relação ao que queria de uma partida. E talvez tenha sido essa a diferença que os dragões valorizaram, ao ponto de contratar um ex-adjunto de José Mourinho. Trocaram um dos treinadores mais experientes do futebol português (Jesualdo Ferreira), por um dos mais verdes. Provavelmente acreditam estar ali uma "pepita" ao nível da que encontraram no final de 2001. Não é fácil prever o que poderá valer o FC Porto na época que vai começar. Após a venda de Bruno Alves, ficou claro que o sector defensivo decresceu em qualidade e segurança. Será Maicon (ou Sereno) capaz de substituir o ex-capitão portista? Dificilmente, porque nenhum deles vale os 5 golos por época de Alves. Contará Villas-Boas com Raul Meireles? Até 31 de Agosto (data do fecho do mercado), a dúvida permanecerá. Ainda assim, a contratação de João Moutinho colmata a possível saída do internacional português, tornando o meio campo azul e branco no sector mais forte do grupo. Será Villas-Boas capaz de colocar a equipa da invicta no rumo do título, lutando no mano a mano com o Benfica? Muitas são as dúvidas sobre este "novo" FC Porto. Dúvidas, que só o desenrolar do campeonato poderá responder.
Apostar hoje para ganhar amanhã. É esta a nova política desportiva dos leões que deixaram para trás a ideia romântica de clube formador que tentará ganhar, mais à frente, com os seus "meninos". Quatro anos seguidos a vender esta como a única fórmula possível, face às dificuldades económicas (período no qual ganhou 4 troféus) e de repente, tudo colocado em causa, mudança radical de rumo e intervenção no mercado no sentido de dar mais experiência ao grupo. O treinador Paulo Sérgio chega a Alvalade neste momento de viragem. Não há qualquer motivo para, nesta altura, acreditar ser este o melhor caminho, mas também não existem dados que nos digam estar o clube leonino a cometer um grave erro. Dentro de uns meses os resultados começarão a ter outra dimensão e, então sim, ver-se-á se Bettencourt fez bem em entregar a nova estratégia nas mãos de Costinha. À partida, será fácil fazer melhor que na época passada (uma das piores na história do clube), mas os termos de comparação deverão reportar-se aos 4 anos de vice-campeão, porque era a normalidade. Lutar ombro a ombro com Benfica e FC Porto pelo título? Dificilmente.
Orçamento: 25 M. € 
Carlos Pereira, o presidente da SAD, foi "vencido" mas provavelmente não ficou convencido. Explicando: antes de terminar a época passada, avisou o treinador, Mitchell, que não contava com ele para 2010/11, mas confrontado com o apuramento para a Liga Europa, na última jornada, recuou na ideia inicial e renovou o contrato ao holandês. Mas a desconfiança, como se percebe, está lá, e pode condicionar a época, porque após qualquer resultado infeliz pode estalar o "chicote". Ora, nesse mar de incerteza dificilmente se consegue apresentar resultados. E o Marítimo "só" defronta Sporting, Sp. Braga e Benfica nas primeiras 6 jornadas! Apostar num futuro próspero de Van der Gaag à frente da equipa é acreditar que esta terá capacidade para acumular pontos nesta fase complicada. É certo que boa parte dos jogadores (a maioria, 17) transita de 2009/10, logo existe boa identificação com as ideias do treinador. Por outro lado, a pré-temporada mais exigente, porque foi feita com jogos da Liga Europa, deve permitir ao conjunto estar com andamento superior no arranque do campeonato. Mas se nada disto se confirmar, o que esteve para acontecer em Maio deve rebentar em Outubro.
Para uma equipa de ambição europeia.. um treinador que sabe como se faz o trabalho. Manuel Machado tem três qualificações para a Taça Uefa/Liga Europa no seu trajecto (duas com o Nacional, uma com o V. Guimarães) e regressa à "sua" cidade com objectivos ambiciosos, os quais também se relacionam com o orçamento do clube, o 6.º mais alto da Liga. Numa boa parte da pré-época percebeu-se a preocupação em encontrar alguém capaz de desempenhar o papel que era de Nuno Assis (saiu). Mas mesmo que essa figura não seja encontrada, Machado já tirou proveito de equipas sem a figura do "playmaker". Onde não facilita é no ataque: com ele veio Edgar, o melhor marcador do Nacional, para se juntar a William, ex-artilheiro do P. Ferreira e Maranhão (ex-Anapolina). O extremo João Ribeiro (ex-Académica) tentará ocupar o lugar do ainda lesionado Tiago Targino e da época passada transita apenas Douglas. Com inúmeras opções para o meio campo, torna-se difícil escolher, mas a defesa parece incapaz de estar ao nível dos restantes sectores. E por aí podem as ambições da equipa começar a resvalar.
Orçamento: 6 M. €