terça-feira, junho 01, 2010

100 Verde-Rubros Anos - Capítulo VIII, Parte 1

Lutando pelos nacionais
Ultrapassada a crise que assolou o futebol verde-rubro entre os finais da década de 50 e meados da de 60, o Marítimo enceta uma luta decidida para conquistar um espaço definitivo em provas regulares do futebol português, assumindo-se como colectividade de dimensão nacional. Do centralismo das entidades responsáveis a nível nacional às atitudes dos rivais madeirenses, passando pelas posições dúbias de instituições desportivas diversas e pelas dificuldades materiais do projecto, os verde-rubros debatemse com imensos obstáculos. O caminho era, contudo, irreversível. Para que assim fosse, contribuíram, além da vontade do Marítimo, condições ‘alheias’ à realidade desportiva, de que são melhores exemplos a construção e funcionamento sempre em crescendo do Aeroporto do Funchal, o consequente aumento da actividade turística, o acréscimo nas remessas dos emigrantes, bem como uma situação política nacional que se ia caracterizando pela ‘abertura’ do regime. Os passos dados nesta fase da vida do clube são importantíssimos para a desejada integração. Mas antes que ela chegue, vejamos as raízes ancestrais dessa luta, bem como os caminhos trilhados para que o sonho se torne realidade.

Razões profundas

A aspiração dos maritimistas em participar plenamente nas provas nacionais de futebol, percorre toda a vida da colectividade e tem manifestações muitas claras desde seu o início. Uma circunstância que se compreende pelo facto da Madeira ter sido – principalmente através do Marítimo, cujo futebol chegou a ter fama de imbatível – nas duas primeiras décadas do século XX, um dos principais centros de divulgação e desenvolvimento do futebol português.
Provas insuficientes

Essa realidade não foi suficiente para que os detentores do ‘poder desportivo-futebolístico’ olhassem para a Madeira – para o seu clube campeão, o Marítimo – com justiça. O primeiro campeonato de Portugal (1921/22, vitória do Porto), não contemplou, apesar do seu vencedor ser apurado numa ‘poule’ final, a participação do representante da Madeira. Do ponto de vista dos madeirenses isso era, de todo, intolerável.

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