quinta-feira, junho 24, 2010

100 Verde-Rubros Anos - Capítulo IX, Parte 2


Longa Batalha Estes momentos finais do reunir de condições para que o campeão da Madeira ascenda aos nacionais tinham antecedentes deveras interessantes, cuja leitura permitem clarificar as posições das partes envolvidas e o papel do Marítimo no processo. Recuemos a Dezembro de 1969, altura em que a direcção do Marítimo faz chegar à Associação de Futebol do Funchal uma missiva em que perspectiva a alteração do figurino do futebol madeirense e manifesta o desejo de ser integrado nos campeonatos nacionais. É solicitado que seja dado conhecimento à Federação destas posições.

Reacção Contrária A publicação do teor das posições verde-rubras na comunicação social madeirense gera reacções do Nacional, do União e do Sporting da Madeira. Reagem negativamente aos propósitos do Marítimo e defendem que a Associação deveria formalizar junto da Federação as suas posições. Basicamente, estes clubes pretendem que a Associação efectue diligências junto das instâncias federativas, no sentido dos clubes locais disporem de acesso a provas nacionais em igualdade de circunstâncias com os clubes das associações continentais. Cumprindo o mais elementar dever de equidistância no tratamento dos seus filiados, a Associação faz seguir as missivas para a Federação, respeitando a ordem de chegada das mesmas: primeiro a do Marítimo, depois a dos restantes clubes.

Primeiro Sinal A 6 de Janeiro de 1970 a Federação responde às comunicações da Associação. Era indispensável que fosse apresentada, subscrita pela entidade gestora do futebol madeirense, uma proposta concreta, a ser discutida no Congresso federativo. Era um primeiro sinal. A Associação, por força regulamentar, detinha as maiores responsabilidades no andamento do processo. Daí que solicite aos clubes, no final do mês, um estudo financeiro sobre a pretendida participação. O Marítimo responde a 6 de Fevereiro. Avança com novas ideias sobre o apuramento da representação e garante-se, no caso de ser o apurado, uma receita de cem contos, suficientes para suportar a despesa da sua deslocação ao continente. O União responde a 7 de Março. Volta a manifestar interesse em participar nos campeonatos nacionais da III divisão, mas entende que os estudos referentes à dita participação deviam ser elaborados pela Associação. Até 20 de Março, é sabido que Nacional e Sporting não tinham respondido à Associação.

Ponto Morto Foi preciso esperar mais de um ano para que o assunto voltasse a ser debatido, em boa parte por iniciativa da nova direcção associativa, eleita em Julho de 1971 e que tem a liderança de Jaime dos Anjos Melim. Organiza-se nova reunião para debater o assunto. O objectivo é expor aos filiados a situação que poderia ser criada pela possível aceitação, por parte do congresso da Federação, da entrada de um representante da Madeira no campeonato nacional da III divisão. Seguiu-se novo encontro, com o mesmo propósito, a meados de Novembro. As posições das diversas entidades envolvidas e as alternativas possíveis iam ficando mais claras.

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