Liga Zon Sagres (Jornada 5): Águias colam-se aos dragões

U. Leiria 1 x 3 Marítimo (Curto 78'; Baba 20' e 70', Olberdam 22')

Foi com extrema eficácia que o Marítimo resolveu a partida na Marinha Grande. O endiabrado Baba voltou a ser a figura do jogo, naquela que foi a terceira vitória consecutiva dos verde-rubros. A equipa orientada por Pedro Martins até não entrou bem na partida. Os leirienses tiveram nos pés de Maykon, por duas vezes, e Djaniny, oportunidades claras para inaugurar o marcador nos primeiros 15 minutos.

Contra a corrente do jogo, o Marítimo inaugurou o marcador através de Baba (21'), que aproveitou da melhor forma um erro de Manuel Curto. Logo depois, os verde-rubros chegaram ao segundo golo: Danilo Dias arrancou na ala direita e assistiu Olberdam para o 2-0, num lance em que os homens da casa reclamaram um alegado fora-de-jogo do extremo brasileiro. A União ressentiu-se dos golos sofridos e começou então a apostar no jogo directo, solução ineficaz dada a ventania que se fez sentir na Marinha Grande. Ainda assim, os leirienses podiam ter reduzido aos 30', mas Peçanha respondeu da melhor forma a um remate de Djaniny.

Os verde-rubros somaram o terceiro triunfo consecutivo.

No segundo tempo, o Leiria entrou a dominar, sujeitando os insulares a uma pressão intensa, mas os seus jogadores revelaram pouca clarividência no sector mais avançado do terreno. Vítor Pontes, que esta tarde estreou-se nos jogos "caseiros", lançou avançados, contudo o conjunto leiriense começou a tornar-se menos perigoso. Quando o treinador da União preparava-se para lançar Bruno Moraes, o Marítimo chegou ao 3-0, aos 71 minutos, num dos raros contra-ataques dos madeirenses no segundo tempo: Baba aproveitou uma defesa incompleta de Gottardi para bisar na partida. Com quatro avançados em campo, o Leiria reduziu com um forte remate de Manuel Curto (78'), golo que animou os minutos finais do encontro, mas que não impediu o triunfo da equipa do Almirante Reis.

V. Setúbal 1 x 0 Beira-Mar (Ricardo Silva 68')

Um golo de Ricardo Silva selou o triunfo do V. Setúbal sobre o Beira-Mar, por 1-0, num jogo onde o empate teria sido o resultado mais justo. A partida foi sempre equilibrada, pautada por frequentes situações de golo para ambas as equipas, no que acabou por resultar num bom espectáculo de futebol.

O encontro entre sadinos e aveirenses arrancou com duas oportunidades de golo, uma para cada lado, fruto de jogadas muito bem construídas. Apesar do equilíbrio, pertenceram ao Beira-Mar as melhores situações para inaugurar o marcador, a última das quais através de Nildo (45'). Após o intervalo, o treinador Bruno Ribeiro promoveu alterações surpreendentes, colocando Bruno Amaro e Rafael Lopes nos lugares de Neca e Cláudio Pitbull. Contudo, nenhuma delas surtiu efeito imediato, visto que o Beira-Mar continuou a controlar todos os acontecimentos do jogo.

Ricardo Silva marcou o golo que decidiu o jogo do Bonfim.

Com muita felicidade, o Vitória chegou ao golo aos 68 minutos: Bruno Amaro marcou o canto e Ricardo Silva, de forma fulgurante, cabeceou para o fundo da baliza defendida por Rui Rego. Em vantagem, os sadinos melhoraram e começaram a criar várias situações de golo, enquanto o Beira-Mar perdeu todo o esclarecimento que até aí tinha demonstrado. O Vitória acabou por conquistar os três pontos devido à eficácia, mas, pelo que fez na primeira parte, o Beira-Mar não merecia sair derrotado do Bonfim.

Feirense 0 x 0 FC Porto

O Feirense nunca tinha acabado um jogo sem marcar ao FC Porto. Perdia sempre, ainda assim, nunca ficava a zeros. Mas isso passou à História. Desta vez, os fogaceiros travaram o campeão nacional, numa partida que terminou com um empate justo.

Na segunda visita da temporada ao Municipal de Aveiro, onde os dragões iniciaram a época com a conquista da Supertaça, a equipa orientada por Vítor Pereira foi uma sombra do que já este ano evidenciou. Sem Hulk, que está a contas com uma lesão (será?), o FC Porto entrou com Kléber, James e Cristian Rodríguez no ataque. E na defesa, onde também não esteve Álvaro Pereira, estreou-se Mangala ao lado de Rolando. A ausência de Hulk moldou a cara do dragão. Enquanto Falcao fazia um hat-trick no Vicente Calderón, o campeão nacional lutava contra a falta de inspiração no ataque. A primeira parte foi disputada num ritmo lento, onde o único motivo de interesse foi a postura do Feirense, pouco incomodado com o favoritismo do conjunto portista. 

O colombiano James Rodríguez foi expulso e falha o jogo com o Benfica.

Após o intervalo, a partida animou. Vítor Pereira colocou Varela no lugar de Kléber, numa substituição que não resultou, mas que esteve perto de render. O extremo português espevitou a ala direita, Cristian Rodríguez quase marcou (acertou na trave, tal como João Moutinho). Do outro lado, o Feirense não se encolheu e esteve muito perto de marcar, em lances protagonizados por Diogo Cunha, Carlos Fonseca e Ludovic. James Rodríguez, por outro lado, deu nas vistas aos 90'+4', quando arrancou um contra-ataque perigoso. Rabiola, ex-FC Porto, agarrou-o e o colombiano reagiu a quente, à miúdo, e deu-lhe um murro. Assim, foi tomar banho mais cedo e vai perder o clássico da próxima Sexta frente ao Benfica.

Benfica 4 x 1 Académica (Bruno César 26', Nolito 41' e 90'+1', Aimar 82'; Danilo 40')

Benfica esse que não claudicou na recepção à Académica. As águias bateram os estudantes por 4-1 e vão ao Dragão com os mesmo pontos dos azuis e brancos no topo da classificação. Os reforços Nolito e Bruno César voltaram a estar em grande evidência.

Os encarnados entraram decididos em recuperar a desvantagem pontual que tinham para o FC Porto e desde cedo começaram a apertar com a equipa estudantil. A formação lisboeta dominou os minutos iniciais - onde Peiser começou a dar nas vistas -, ainda assim contou sempre com respostas personalizadas da Académica, que em rápidos contra-ataques criava situações de algum perigo. Mas foi mesmo o Benfica a inaugurar o marcador à passagem do minuto 26: Bruno César ladeou um adversário e não perdoou na cara do guarda-redes francês. Alguns minutos depois, o argentino Saviola teve nos pés uma grande oportunidade para ampliar o marcador, mas falhou de forma incrível. 

Os encarnados colaram-se ao FC Porto no topo da classificação.

Mais eficaz foi a Académica, que chegou ao golo do empate aos 40 minutos, por intermédio de Danilo, após um remate de fora da área. O tento da equipa orientada por Pedro Emanuel foi um autêntico balde de água fria para os adeptos encarnados, que precisaram apenas de um minuto para ver o Benfica novamente em vantagem. Nolito, que regressou à titularidade, fez o 2-1 e o Benfica não mais abandonou a frente do marcador. 

Na segunda parte, os estudantes decidiram subir no terreno, numa tentativa de chegar ao empate, mas quem acabou por marcar foi o conjunto benfiquista e em dose dupla. Pablo Aimar, aos 82 minutos, praticamente confirmou a conquista dos três pontos para o Benfica, frente a um adversário que nas últimas quatro temporadas tinha vencido por três vezes na visita à Luz. O espanhol Nolito bisou já nos descontos e estabeleceu o resultado final.