sábado, janeiro 07, 2012

Liga Zon Sagres (Jornada 14): Sporting x FC Porto à lupa

Sporting 
(por Octávio Oliveira)

O Sporting versão 2011/2012 já não é o leão mansinho que poucas vezes rugiu nos relvados do campeonato português do ano transacto. Mudou o presidente, mudou a estrutura que alicerça o futebol, mudou o treinador, mudaram muitos jogadores e, sobretudo, mudaram algumas mentalidades que (des)norteavam os apaixonados pelo clube da capital. Para bem do futebol cá do reino, a juba está a crescer.

Domingos Paciência mudou a disposição do onze no rectângulo de jogo e – mais importante – já se notam dinâmicas colectivas que surgem quase espontaneamente mas que são fruto do trabalho do novo técnico. Primeiras mudanças: equipa mais pressionante e com maior capacidade de circulação de bola em velocidade, levando a constantes falhas de posicionamento das equipas contrárias.

Este Sporting ganhou ainda uma referência no meio-campo: Schaars. O holandês é já, dentro e fora das quatro linhas, uma figura maior do universo leonino, pela forma como joga e como pensa. Forma com o agora lesionado Rinaudo o alicerce das transições da equipa. No jogo com o FC Porto, deverá alinhar André Santos no lugar do argentino, o que retira à equipa capacidade de recuperação na zona média e muita da qualidade na construção ofensiva.


Será interessante analisar a forma como os triângulos a meio-campo de ambas as equipas vão encaixar, sendo, no entanto, expectável menor cilindragem por parte dos actuais terceiros classificados da Liga.

O Sporting vai ter que se superar para bater o campeão nacional, que, apesar de não estar no seu melhor, é sempre uma equipa madura e competente nestes jogos “mais a doer”.

Ponto fraco:
A “troika” composta por Onyewu, Polga e André Santos. A zona nevrálgica do sistema defensivo tem alguns problemas de velocidade e tende a baralhar-se quando tem pela frente ataques móveis e pouco dados a marcações fixas como aquele que o FC Porto deverá apresentar este sábado.

Ponto forte:
Capacidade desequilibradora de Capel face à (in)adaptação de Maicon e movimentos inteligentes de Wolfswinkel em pequenos espaços que lhe sejam concedidos.

Jogador-chave:
Elias. Será ele o responsável pela impressão do ritmo que mais possa convir ao Sporting. Terá também o importante papel de exercer uma pressão imediata assim que a bola chegue aos pés de Moutinho ou de Belluschi, retirando de imediato o ar a quem pensa o jogo dos azuis-e-brancos.

FC Porto
(por Bruno Fernandes)

Argumentar que este FC Porto é igual ao de André Villas-Boas é quase obrigar os adeptos de futebol a pensarem na questão da continuidade como uma verdade absoluta. Não é bem assim, até porque a máquina de Vítor Pereira aborda o jogo de forma diferente e, frente ao Sporting, irá apenas efectuar algumas alterações fruto de vicissitudes inerentes ao adversário. É natural.

Analisando a forma como se apresentará em Alvalade, os campeões nacionais irão, certamente, fazer os leões provarem um pouco do seu próprio antídoto: limitar o jogo nas alas e levar a decisão para as zonas mais interiores. Partindo do princípio que Maicon e Alvaro Pereira irão tomar conta das laterais, João Moutinho e Fernando terão um papel determinante em levar a cabo a estratégia portista, encurtando os espaços entre linhas e dando o espaço e liberdade que Belluschi tanto necessita para criar desequilíbrios. No último terço, Hulk e James (ou Rodríguez) terão a mesma missão que os comandados de Domingos: através de rasgos individuais e constante pressão, cortar a ligação entre João Pereira/Insúa e os jogadores que complementam o corredor.


Para ter sucesso, o FC Porto terá que se apresentar ao seu melhor nível, algo muito perto daquilo que foi capaz de fazer frente ao Barcelona, na final da Supertaça Europeia. E não são só os três preciosos pontos que estão em causa diante dos leões: com esses pontos, os dragões igualam o recorde, interno, da equipa com mais jogos consecutivos sem perder na Liga (53).

Ponto fraco:
Maicon. Não é pela insistência de Vítor Pereira que o brasileiro vai assimilar todos os conhecimentos para jogar no posto mais à direita da defesa.

Ponto forte:
Em relação ao Sporting, o FC Porto tem mais jogadores que possam fazer a diferença nas zonas de decisão, casos de Belluschi ou Hulk.

Jogador-chave:
James. O colombiano regressou aos convocados e, se jogar, poderá brindar a equipa com a genialidade do seu pé esquerdo aliada à rapidez de pensamento.

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