sábado, maio 17, 2014

Liga dos Campeões 05/06: Sob a batuta de Ronaldinho


Tendo em conta a sua dimensão e popularidade, o Barcelona está pouco representado na lista de vencedores da Taça dos Clubes Campeões Europeus. A equipa de Frank Rijkaard ajudou a corrigir essa situação no Stade de France, em Paris, a 17 de Maio de 2006, quando derrotou o Arsenal por 2-1, conquistando assim pela segunda vez o mais cobiçado troféu europeu.

A única vitória anterior do Barcelona tinha acontecido em 1992, sob o comando de Johan Cruijff, e, em Paris, foi outro holandês o responsável pela desforra das derrotas nas finais de 1961, 1986 e 1994. Em Rijkaard, três vezes campeão europeu como jogador, os catalães tinham um treinador que sabe o que é preciso para vencer a prova, e em Ronaldinho a estrela capaz de conquistar o que os adeptos mais desejavam.

O extraordinário trio atacante composto pelo mágico brasileiro, Lionel Messi - o jovem prodígio argentino - e Samuel Eto'o, foi demasiado forte para Werder Bremen, Udinese e Panathinaikos no Grupo C, que os homens orientados por Frank Rijkaard terminaram com cinco vitórias e um empate (16 golos marcados e apenas dois sofridos).
2005/06: Sob a batuta de Ronaldinho
A magia de Ronaldinho guiou os blaugrana até à conquista da Champions.
O Chelsea foi o primeiro adversário nas eliminatórias, uma repetição do encontro dos oitavos-de-final em 2004/05. Os blues tinham vencido nessa ocasião, mas desta vez uma vitória por 2-1 em Stamford Bridge deu vantagem ao Barça, tendo um golo de Ronaldinho no Camp Nou confirmado a passagem aos quartos-de-final. No caminho do Barcelona até à final foram ainda derrotados o Benfica, que tinha eliminado o campeão de 2005, o Liverpool, e o AC Milan, finalista no mesmo ano.

Se o percurso do Barcelona até Paris não foi surpreendente, ninguém teria previsto que o Arsenal seria o seu adversário. A venda de Patrick Vieira no verão tinha deixado o clube londrino sem a sua grande referência no meio-campo, ao mesmo tempo que as lesões que assolaram o plantel deixaram a equipa de Arsène Wenger dependente da sua juventude. No entanto, jogadores como Cesc Fàbregas, Philippe Senderos, Emmanuel Eboué e Mathieu Flamini não tremeram e o Arsenal surpreendeu toda a Europa.

Os londrinos igualaram os pontos do Barça na fase de grupos, na qual defrontaram o Ajax, o Sparta Praga e o FC Thun, tendo de seguida ultrapassado a oposição do gigante Real Madrid nos oitavos-de-final, com Thierry Henry a marcar o único golo da eliminatória numa jogada individual em que bateu toda a defesa dos merengues. A Juventus foi a vítima nos "quartos" (agg.: 2-0), antes da magra vitória sobre o Villarreal, 1-0 no histórico recinto em Highbury, levar o Arsenal à final pela primeira vez na história.

ArsenalBarcelonaFINAL: Estádio Stade de France, Paris - 17 de Maio de 2006
BARCELONA 2 x 1 ARSENAL
(Eto'o 76', Belletti 81'; Campbell 37')


BARCELONA: Valdés, Oleguer 69' (Belletti 71'), Edmílson (Iniesta 46'), Puyol, Van Bronckhorst, Rafael Márquez, Van Bommel (Henrik Larsson 61', 90'+3), Deco, Giuly, Ronaldinho, Eto'o.
Treinador: Frank Rijkaard.

ARSENAL: Lehmann 18', Eboué 22', Kolo Touré, Sol Campbell, Ashley Cole, Gilberto Silva, Fàbregas (Flamini 74'), Hleb (Reyes 85'), Ljungberg, Robert Pirès (Almunia 18'), Thierry Henry 51'.
Treinador: Arsène Wenger.

A defesa de Jens Lehmann no último minuto no El Madrigal, em resposta a uma grande penalidade marcada por Juan Riquelme, valeu também ao Arsenal o décimo jogo consecutivo sem sofrer golos na prova e um recorde de 995 minutos com a baliza inviolável. O próprio Lehmann bateu o recorde individual da prova, alcançando 763 minutos sem sofrer tentos, uma marca que nem o Barcelona conseguiria bater.

No entanto, a sorte do guardião germânico acabou contra o conjunto culé, quando se transformou no primeiro jogador a ser expulso numa final da Liga dos Campeões, após ter derrubado Eto'o logo aos 18 minutos de jogo. O Arsenal, ainda assim, chegou a adiantar-se no marcador a oito minutos do intervalo, por intermédio de Sol Campbell, e à medida que a segunda parte avançava a surpresa parecia cada vez mais possível. Contudo, no seu último jogo pelo clube, o veterano avançado Henrik Larsson mudou o rumo da partida, entrando em campo aos 61 minutos e criando os golos de Eto'o e Juliano Belletti que deram o título aos catalães.

Fonte: uefa.com

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