por Bruno Fernandes
A economia não é, de todo, o meu forte. Mas aventurando-me por caminhos pelos quais me arrisco a tropeçar, quero falar de José Mourinho como um investimento. Um enorme investimento. É especial, é português e a sua carreira permite-me afirmar que qualquer equipa que o tenha arrisca-se a entrar na história.
No FC Porto, um clube que nos últimos 30 anos colocou na sua génese as partículas dos triunfos, Mou conseguiu juntar as peças-chave para que, em dois anos, Pinto da Costa pudesse acrescentar uma Taça UEFA e uma Liga dos Campeões à “sua” vasta coleção de troféus. Fez o mesmo no Chelsea: com outros elementos, transformou os meios – de Roman Abramovich – que tinha à sua disposição em fins e devolveu um título aos blues que fugia desde 1955.
Henricartoon. |
É preciso mais? Claro que é. A saída de Londres não se fez pela porta pequena, ao contrário do que muitos escreveram. Chegou a Itália, afinou um veículo que, internamente, tinha acabado de sentenciar uma Juventus, já de si fraca com o escândalo do Calciocaos, e só parou em Madrid. Calma, na época 2009/2010 “apenas” esteve lá na condição de vencedor de uma Liga dos Campeões na qual existiam equipas com uma qualidade semelhante ou superior ao Inter.
Mas José Mourinho é isto mesmo. É complexidade e trabalho. Muito trabalho. Tem o dom de saber conciliar a parte técnica com a parte pessoal, personificada nas relações que tem com os seus jogadores. E atenção, há quem tenha passado por si. E, por isso mesmo, há quem o ame, assim como há quem o odeie.
No Real, fez o que muitos tentaram e ninguém conseguiu. Colocar um ponto – a ver vamos se é final – a uma hegemonia do Barcelona com processos otimizados e numa tendência muito dele: as suas equipas exponencializam-se um ano após da sua chegada. Tudo isto para concluir que o Special One só terminará o seu ciclo quando, infelizmente para o futebol, terminar a carreira. Pois olhando para nomes como Helenio Herrera ou Rinus Michels, percebemos que o contributo do técnico merengue para a modalidade é diferente de quem a reinventou: é mostrar, a cada jogo que passa, o porquê deste mover multidões, emoções e por fim... cifrões.
in record.pt
NOTA: O jogo de ontem entre Real Madrid e Granada (2-1) não está contabilizado na infografia. |
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