sábado, abril 24, 2010

Suécia 1958 - Um Tal de Edson Arantes

Não é possível falar do Suécia'58 sem destacar Pelé, são indissociáveis, foi em solo sueco que um tal de Edson Arantes do Nascimento iniciou o reinado como um dos melhores jogadores de sempre do futebol mundial. Para além deste ser o Campeonato de Pelé, foi também o Mundial da Televisão, o primeiro com transmissões televisivas de vários jogos para todo o mundo, da estabilidade do formato competitivo, da entrada em cena da URSS de Yashin e do regresso da Argentina.


A equipa anfitriã que atingiu a final.

Na fase de Grupos, a Irlanda do Norte (Grupo 1) surpreendeu, deixando para trás as equipas da Checoslováquia e Argentina. No Grupo 2, a França de Fontaine e Kopa, em excelente forma lidera o grupo de forma fácil. A Suécia, no Grupo 3, com o seu futebol vistoso também não teve dificuldade em apurar-se para os quartos de final. Nos três primeiros grupos passaram também RFA, Jugoslávia e País de Gales.


Brasil - URSS, o jogo em que o Brasil começou a correr para o título.

No Grupo 4, os dois primeiros jogos do Brasil foram complicados, uma vitória sobre a Áustria e um empate com a Inglaterra, colocavam a nu as deficiências de sempre do escrete que continuava sem conseguir aliar objectividade a um futebol de fino recorte. Cedendo a várias pressões, o treinador Feola efectuou algumas mudanças no onze. Entre outras alterações, saltaram fora Dida e Joel, dando lugar a dois jovens desconhecidos, nada mais, nada menos, do que Garrincha e Pelé. Garrincha fez de gato sapato os defesas soviéticos, mas Pelé seria a estrela maior. Entrou tímido contra a URSS, mas rebentou para a glória nos quartos de final com o golo decisivo sobre o País de Gales e com um hat trick contra a França. Na final a canarinha defrontaria a Suécia, que havia eliminado a URSS e a RFA.



Conduzidos por Pelé, finalmente, o Brasil seria campeão do mundo

Na final, a Suécia entrou a ganhar com um golo de Lindholm aos 3 minutos, mas o Brasil respondeu com golos de Vavá (2), Pelé (2) e Zagallo, fazendo com que o outro tento sueco pouco valesse para assustar o poderio brasileiro. O jogo termina e o Brasil é finalmente campeão do mundo e Pelé, o grande responsável pelo primeiro desfecho dourado do futebol canarinho, sai em ombros dos companheiros. O capitão Bellini recebe a Taça Jules Rimet das mãos do Rei Gustavo da Suécia e ergue-a pela primeira vez aos céus, o gesto haveria de perdurar para todo o sempre, imitado por todos os capitães campeões do mundo.

Final, 29 de Junho de 1954, Estocolmo
Brasil 5-2 Suécia
Vavá 9', 32', Pelé 55', 90', Zagallo 67'; Liedholm 3', Simonsson 80'

Pina de Ouro

João Pina é campeão europeu de judo. O português venceu ontem a final na categoria de - 73 kg, em Viena(Áustria), frente ao russo Batradz Kaitmazov. Pina, aos 28 anos, ganha assim a sua primeira medalha numa prova sénior. De realçar ainda, a medalha de bronze conquistada pela Telma Monteiro(categoria de - 57 kg), que embora não tenha revalidado o título, deixou novamente uma excelente imagem. Parabéns aos judocas portugueses.

Repórter Tahiti TV - XV - Cidade de Coimbra (parte 2)

Académica 2 - 3 Benfica (vídeo da autoria de Artur Rodrigues)

24ª Ronda - Classificação Liga de Portugal

sexta-feira, abril 23, 2010

Repórter Tahiti TV - XV - Cidade de Coimbra (parte 1)

Académica 2 - 3 Benfica (vídeo da autoria de Artur Rodrigues)

O estádio Cidade de Coimbra registou no passado fim-de-semana a maior assistência da época, 21724 espectadores, número para o qual em muito contribuíram os benfiquistas, que estavam em clara maioria no estádio. Pese embora o elevado custo dos bilhetes, a euforia encarnada marcou presença em Coimbra, ajudando assim a equipa da Luz a conseguir nova vitória rumo ao título de campeão português.

24ª Ronda - Classificação Liga dos Campeões

quinta-feira, abril 22, 2010

Taça Tahiti - Meias Finais - 2ª Mão

Meias Finais - 2ª Mão
Madeira Livre FC 24 x 34 Coral SC (agg. 28 - 60)
Estreitos Unidos 44 x 48 Redheart's Corner (agg. 74 - 80)
Após a 2ª mão das meias finais, Coral SC e Redheart's Corner confirmaram a presença na final da Taça Tahiti, após nova vitória nos respectivos encontros. A final, essa, será disputada na "escaldante" jornada 29 da Liga Sagres.

Ronda 24 - Classificação - Jornada 27


Tiago Camacho foi o vencedor da jornada pela primeira vez esta época. Los Mariachis.pt alcançaram cinquenta e um pontos, subindo assim ao quarto lugar da classificação relançando a luta pelas posições cimeiras. O líder está de pedra e cal. Redheart's Corner ultrapassou a fasquia dos mil pontos após nova excelente prestação na jornada, voltou a ganhar terreno aos seus mais directos adversários cimentando o segundo lugar. Clube Desportivo 48 voltou a estar em baixo de forma, Madeira (em queda) Livre FC, já se encontra no sexto lugar da classificação, após três jornadas consecutivas como o pior da semana. O campeão em título parece ter acordado definitivamente, as ultimas boas prestações permitiram-lhe distanciar-se dos seus perseguidores e colar-se ao grupo da frente, terá certamente que redefinir objectivos até ao final da época. Na outra metade da tabela, Jack Daniel's e Carvalheiro FC disputam o oitavo lugar, estando quase posta de parte qualquer tentativa de alcançar a metade superior da tabela. Os Tinterra voltaram a ser os mais fortes do último grupo, ganhando algum espaço na décima posiçao. Diabos á Solta e Coral SC continuam muito juntos, mas já quase sem pressão de Os Estafetas, que ainda não conseguiram esboçar uma recuperação. Ganita FC continua lanterna vermelha, dificilmente conseguirá sair dessa posição. As opções no final de época revelam-se sempre mais dificeis, com apenas três jornadas por disputar, qualquer deslize pode ser fatal, mas quem não arrisca não petisca. Treinadores ambiciosos, precisam-se.

quarta-feira, abril 21, 2010

Grande Avenida.


Nas ruas da cidade existem novas caixas de correio, segundo uma visão bem humorada. Depois do correio azul e o correio normal, nas ruas... vem o correio verde.

100 Verde Rubros Anos - Capítulo V, Parte 6


Intercâmbio Insular

Outra das vertentes da actividade futebolística do Marítimo está, desde sempre, localizada nos contactos com os Açores e as Ilhas Canárias. Fosse na recepção a formações dali oriundas, fosse na visita às mesmas, o saldo também se apresenta, apesar das derrotas e dissabores, favorável aos verderubros. Angústias A.C. (Ilha do Faial), Lusitânia S.C. (Ilha Terceira), Santa Clara (Ilha de S. Miguel) são visitantes e anfitriões do Marítimo, em provas oficiais e particulares. O saldo dos resultados é claramente ‘verde-rubro’. O mesmo se pode dizer dos confrontos com formações canarianas. C.D. Tenerife, Marino F.C. e Atlético de Grã-Canária, são igualmente anfitriões e visitantes do Marítimo. Com as contas a ‘penderem’ para de novo para a Madeira.
Jogadores Internacionais
Ao longo deste período o valor dos futebolistas madeirenses começa a ser mais reconhecido. Surgem as internacionalizações de jogadores do Marítimo, como que a confirmar a de José Ramos (Zé Pequeno), acontecida em 1925/26. Artur de Sousa (Pinga), Manuel Ramos (Janota), António Teixeira (Camarão) Carlos Pereira e José da Mota (Gesso), todos nado-criados no Marítimo, atingem, com notoriedade diversa, a principal selecção portuguesa de futebol. E não falta quem, ainda hoje em dia, lamente que idênticas oportunidades não tenham sido dadas a outros tantos jogadores das equipas verde-rubras que, quando em confronto com muitos dos ‘craques’ com que eram constituídas essas selecções nacionais, demonstravam classe suficiente para a elas serem chamados. Mas a Madeira ficava ‘longe’…
Hegemonia Regional

Entre a conquista do título de campeão de Portugal e a digressão a África, a hegemonia do Marítimo consolidou- se fortemente. Nos títulos oficiais e nos inúmeros jogos particulares, o clube continuou a destacar-se, pelas vitórias alcançadas, dos restantes competidores locais. Merecem particular destaque duas circunstâncias -- a da solicitação constante da presença do Marítimo nos encontros particulares; a aderência significativa da massa adepta do Clube nesses mesmos encontros. Não admira, assim, que a generalidade das iniciativas com fins de benemerência exigissem a presença das equipas do Msrítimo - para assegurar as receitas que a presença seus apaniguados fazia crescer.
Bom prenúncio

Foram ‘loucos’, estes anos de 1949 e 1950. O Marítimo vence todas as provas regionais. Com os clubes forasteiros, o ‘saldo’ também é positivo - 11-1 ao Santa Clara (na festa de homenagem a Calinhos); empate com o Sporting lisboeta (1-1), depois de uma vitória de 4-2 sobre o Benfica (na desforra de um 2-3); o Setúbal sofre duas derrotas (4-2 e 5-2); o Porto, cheio de internacionais ‘AA’ também perde: 4-2. A excepção é a derrota com a Associação Atlética Portuguesa, do Brasil, por 3-1. Este último resultado não apaga a pergunta que anda na boca dos maritimistas e dos desportistas do país em geral: até onde pode ir este Marítimo, se o deixarem voar?

terça-feira, abril 20, 2010

Onze da Jornada 27

Weldon é o Jogador da Jornada. O avançado benfiquista bisou na partida frente à Académica, sendo assim decisivo na conquista dos três pontos por parte da equipa encarnada. Assim, quando faltam cumprir três jogos para o termino do campeonato, o Benfica consolidou a primeira posição, podendo mesmo festejar a conquista do 32º título de campeão português já na próxima jornada.

G - Bracalli (Nacional) - 9 Pontos
D - Moisés (Braga) - 7 Pontos
D - João Real (Naval) - 6 Pontos
D - Felipe Lopes (Nacional) - 6 Pontos
M - Rúben Amorim (Benfica) - 7 Pontos
M - Guarín (FCPorto) - 7 Pontos
M - Diogo Gomes (Académica) - 6 Pontos
M - Tiero (Académica) - 6 Pontos
A - Weldon (Benfica) - 14 Pontos
A - Alan (Braga) - 9 Pontos
A - Diego Barcelos (Nacional) - 7 Pontos

Pontos Totais (sem capitão) - 84 Pontos
Pontos Totais (com Weldon a capitão) - 98 Pontos

segunda-feira, abril 19, 2010

O abominável homem das neves

O alpinista João Garcia conquistou, pela décima quarta vez, os céus do nosso planeta. Aos 43 anos, o português atingiu sábado o cume do monte nepalês Annapurna, situado a 8091 metros de altitude, a última das 14 montanhas do mundo acima dos 8000 metros que se propôs escalar. É o primeiro alpinista português e o nono do mundo a completar os 14 picos do planeta acima dos 8000 metros sem ajuda de oxigénio artificial. Iniciou em 1993 o seu projecto, quando escalou o monte Cho Oyu(8201 metros), entre o Nepal e o Tibete. Em 1999, Garcia subiu ao cume do monte Everest(maior montanha do mundo, com 8844 metros), escalada que deixou em si várias marcas e o obrigaria a vários meses de recuperação. Entre outras difíceis subidas, João Garcia, 17 anos depois, vê o seu trabalho ter um fim. Os vários triunfos do português, são uma lição de persistência e perseverança, não deixando de ser uma lição para todos os portugueses que, tantas vezes, ao primeiro obstáculo desistem dos seus projectos. Garcia é a prova de que, com ambição, esforço, planeamento e persistência, todos os objectivos da nossa vida podem ser concretizados, por mais difíceis que sejam.

domingo, abril 18, 2010

Beija-me na boca e chama-me...

...Herói, na vitória do United no derby de Manchester, o veterano Paul Scholes recebe um cumprimento especial de outro histórico do actual campeão inglês. Será o início de uma amizade colorida?

100 Verde Rubros Anos - Capítulo V, Parte 5


Embaixador e Anfitrião

Ao longo destas duas dúzias de anos que medeiam entra a conquista do título de Campeão de Portugal e a Digressão a África, o Marítimo, malgrado as vicissitudes que passou, manteve- se, na linha das suas melhores tradições, como melhor embaixador e anfitrião da vida desportiva madeirense. Por aí também se solidificaram as raízes que alimentavam o campeão de Portugal e das Ilhas. Nem sempre os desfechos foram os melhores. Nem sempre os resultados económicos foram os desejados. Mas esteve sempre presente a vontade indomável de rasgar o isolamento e afirmar esse orgulho de ser madeirense. A generalidade daquelas que se foram transformando em ‘grandes’ equipas nacionais passaram pelo Funchal. E nas mais das vezes ficaram a conhecer as vagas impetuosas de que continuava a ser feito esse futebol do Marítimo. O clube madeirense já não ganha sempre – mas vencê-lo na Madeira é obra rara e só ao alcance dos melhores.
Para todos os gostos

Benfica (1936 e 1949), Porto (1942 e 1950) e Sporting (1950), foram os mais desejados e apreciados intérpretes desses confrontos. Da derrota imposta aos encarnados em 1936 já se falou atrás; em 1949, depois de 1-1 com o Nacional (clube também organizador da deslocação), os benfiquistas batem o Marítimo por 3-2, num jogo memorável. A ‘desforra’ fica marcada para três dias depois. O campo dos Barreiros regista a maior enchente até então. O Marítimo vence por 4-2. Lança Moreira, jornalista d ´ A Bola escreve: "O Marítimo foi, sem dúvida, mais igual em toda a partida. (...) Vitória limpa e certa. Albino, João Correia, Paixão, Raul e Carvalho, foram, pela ordem, os jogadores que mais impressionaram".
Nem com Pinga

Os portistas de 1942 trazem na caravana ‘Pinga’, o internacional português e capitão da selecção nacional que o Marítimo ‘criara’ nas suas escolas. Mas não impedem duas derrotas com o Marítimo (2-0 e 4-1). O Nacional (co-organizador da visita) empata um jogo (1-1) e vence outro (1-0). Em 1950, os nortenhos escalam no Funchal de passagem para os Açores. Em desafio previamente acertado com o Marítimo, sofrem uma derrota expressiva: 4-2. Cinco dos titulares dos ‘azuis e brancos’ eram internacionais ‘AA’ … Quanto ao Sporting, apresenta-se no Funchal a 1 de Janeiro de 1950. A despeito da sua fortíssima formação, o Marítimo luta até à exaustão por um resultado digno. 1-1 foi o desfecho final. Para surpresa lisboeta e satisfação madeirense.
Outros visitantes

Muitas outras formações passaram pelo Funchal, sempre com o intuito de defrontar o ‘maior das ilhas’, como este Marítimo vai ficando conhecido. Vitória de Setúbal (1927), Belenenses (1928, 1948 e 1949), Académica (1936 e 1937), Estoril Praia (1949), são os principais desses grupos continentais que nos visitam. Claro que também houve dissabores. Derrotas inesperadas. Algumas até pesadas. Mas elas são a excepção que vai confirmando essa regra que está ‘em vigor’ desde que o clube se fundou – para ganhar o Marítimo é preciso lutar muito.

sexta-feira, abril 16, 2010

Taça Tahiti - Meias Finais - 2ª Mão

Meias Finais - 2ª Mão (Jornada 27)
MF 1 - Madeira Livre FC x Coral SC (agg. 4 - 26)
MF 2 - Estreitos Unidos x Redheart's Corner (agg. 30 - 32)

23ª Ronda - Classificação Liga dos Campeões

Apito Queimado venceu a ronda 23 na Liga dos Campeões. A equipa liderada pelo actual campeão tahitiano, Hélder Teixeira, apesar da má classificação geral, venceu pela primeira vez uma jornada na principal liga privada. Facto esse que merece todo o destaque, visto que assim elevou o nome da nossa Liga ao mais alto nível.

quinta-feira, abril 15, 2010

Taça Tahiti - Meias Finais - 1ª Mão

Meias Finais - 1ª Mão
Coral SC 26 x 4 Madeira Livre FC
Redheart's Corner 32 x 30 Estreitos Unidos

Após a 1ª mão das meias finais, tudo continua em aberto. Madeira Livre FC tem uma missão complicada para inverter o mau resultado, ainda assim, nada é impossível. No outro encontro, destaque para o resultado equilibrado entre as duas equipas. Tudo para decidir na jornada 27 da Liga Sagres.

Ronda 23 - Classificação - Jornada 26


Ganita FC ganha novo folego na fuga á ultima posição. A jornada foi disputada ao ponto, a diferença foi minima, Ganita FC venceu com 47 pontos. Numa jornada marcada pela opção de férias de alguns treinadores, destaque negativo para o facto de a alteração do clássico ter tido influencia directa na queda de Madeira Livre FC para o 4ºlugar. A luta na frente, exceptuando o 1º lugar, quase garantido, teve assim novas mexidas, Redheart's Corner alcança o segundo lugar levando no seu encalço Club Sport Monte. As pontuações equilibradas nao permitiram grandes alterações na classificação.

quarta-feira, abril 14, 2010

100 Verde Rubros Anos - Capítulo V, Parte 4


Consequências nefastas

Não ter reconhecido legitimidade à direcção associativa para organizar as provas oficiais e ter acreditado que a resolução federativa lhe seria favorável, foi um tremendo erro. Impunha-se o reconhecimento da necessidade das provas se realizarem dentro de determinados prazos. E o bom-senso de que não bastava ter razão – era de todo conveniente que a ela ficassem cativos aliados fortes. Incluindo antigos e actuais dirigentes, jogadores e sócios do clube, que reagem com perplexidade à situação para que o Marítimo é conduzido. As consequências viriam a ser (quase) catastróficas. Por ausência, perdem-se os títulos que em campo dificilmente escapariam. Libertam-se jogadores que só pela não comparência do clube aceitam envergar outra camisola. Os sócios criticam a situação. Desanimam. Em menos de um ano, todo o espólio do clube muda de casa por três vezes. E, como golpe final, o campo Almirante Reis é interdito pela Federação, por alegada falta de condições regulamentares. Os adversários põem a correr o boato que o Marítimo ‘fechou’...
Reconstrução

Todavia, tal qual acontecera nos princípios de 1914, vão surgir forças suficientes para evitar a derrocada total. Joaquim da Mota, João de Gouveia, António Nóbrega, Barnabé de Jesus, João da Silva Marques, outros antigos jogadores e até o ‘Francisquinho’, empregado do clube, deitam mãos à reconstrução. Contrariando os que tinham decretado o ‘fim’ do Marítimo. Esse processo vai iniciar-se com ‘um regresso às origens’ – a sede do Marítimo, agora mais modesta e paga com quotização semanal dos que não se deixaram vencer, fica localizada em parte do prédio situado na Rua D. Carlos, 17, onde permanecerá, com diversas adaptações, até à década de 90. Em 1934/35 dá-se o regresso dos verde-rubros ao futebol oficial. Os jogadores que tinham alinhado no ‘Automobilista’ voltam sem qualquer contrapartida, pois a sua inscrição por esse clube fora assim estabelecida previamente. Os que tinham passado pelo União são resgatados a peso de ouro, que força a contracção de um empréstimo para pagar as ‘cartas de desobriga’. Os que tinham vestido a camisola do Nacional ‘aguentam’ uma época sem jogar, para voltarem a ficar livres e regressarem ao seu clube. Os resultados que se vão seguir ainda não são os do ‘campeão’, mas são animadores...
Proeza inigualável
Deste esforço resultou uma façanha de que poucos se podem orgulhar: no final da época 1935/36, o Marítimo regista os seguintes resultados nas provas oficiais da Associação: campeão da Madeira nas categorias de Honra e das Reservas; vencedor da Taça ‘António Costa’ e do Torneio de Classificação ao campeonato de Portugal. Os ‘piores’ resultados são o segundo lugar no campeonato da Madeira da 2ª Categoria e a eliminação da Taça ‘Cândido Freitas’. Nesta época, o União traz o Benfica à Madeira. Os lisboetas ganham três jogos (5-1 ao União, 3-2 ao Nacional e 2-1 ao Marítimo) e perdem um – o último que realizam com o Marítimo (2-0). Em conjunto com os títulos oficiais, esta vitória selou o relançamento total do Marítimo. Não podiam ter sido melhores os festejos das Bodas de Prata. Por isso se lhe juntaram apenas uma exposição dos troféus, a edição de um opúsculo com relato da vida do clube e um jantar de confraternização.
Aumentando O Fosso

Já se sabe que a partir da época de 1939/40 a Madeira deixa de ter acesso ao campeonato de Portugal. As dificuldades de diversa ordem que se levantavam à participação de uma equipa insular na prova regular agora instituída a nível nacional é o precioso ‘argumento’ que faltava para deixar os ilhéus portugueses de fora. O ‘remendo’ foi a Taça de Portugal. O Marítimo encara a solução com desagrado e reserva. Todavia, impotente para definir uma outra solução, assume a luta pela participação possível com todas as suas energias. Sem esquecer, todavia, que o afastamento de um campeonato ‘nacional’ regular iria estrangular a ambição que sempre caracterizara a sua actividade, e permitir que adversários, até então do mesmo plano, tivessem, agora, meios de desenvolvimento que não eram proporcionados ao futebol madeirense. Para mais, o eclodir da II Grande Guerra vai levar a que esse direito de participação na Taça de Portugal venha a ser declarado suspenso pela Federação em 1941/42. O Marítimo vê a sua actividade confinada às provas regionais. Só em 1947/48, após sete anos de interrupção, é reatada a presença madeirense a nível nacional. Através do Marítimo, qualificado para a prova.

terça-feira, abril 13, 2010

Onze da Jornada 26

Wason Rentería é o Jogador da Jornada. O avançado bracarense marcou o segundo golo na vitória frente à União de Leiria, sendo assim decisivo na conquista dos três pontos por parte da equipa minhota. Assim, o SCBraga mantém pressão sobre o Benfica e a distância pontual para o terceiro classificado.

G - Berger (Leixões) - 7 Pontos
D - Fernando Cardozo (Leixões) - 6 Pontos
D - Rúben (Leixões) - 5 Pontos
D - Jean Sony (Leixões) - 5 Pontos
D - Antunes (Leixões) - 5 Pontos
M - Rafael Miranda (Marítimo) - 6 Pontos
M - Rui Miguel (V. Guimarães) - 6 Pontos
M - Fernando Alexandre (Leixões) - 5 Pontos
A - Rentería (SCBraga) - 11 Pontos
A - Zé Manuel (Leixões) - 7 Pontos
A - Farías (FCPorto) - 7 Pontos

Pontos Totais (sem capitão) - 70 Pontos
Pontos Totais (com Rentería a capitão) - 81 Pontos

domingo, abril 11, 2010

100 Verde Rubros Anos - Capítulo V, Parte 3


Confrontos animados

Apesar de derrotado na primeira eliminatória, as restantes presenças do Marítimo no campeonato de Portugal foram quase sempre animados confrontos com as formações continentais. Quanto à eliminatória insular, registe- se que o Marítimo dela saiu sempre vencedor. Um Vitória de Setúbal em crescendo afasta os verde-rubros em 1928/29 (0-3); um temível Porto impõe-se, após um nulo em Lisboa, por 3-2, na sua ‘casa’ (1931/32); em 1936/37, um Benfica forte só desfaz dúvidas na segunda mão (2-3 e 0-3); um Sporting ganhador vence por 3-1, mas sofre para evitar o jogo de desempate – o Marítimo vence a ‘segunda mão’ por 1-0. Em 1929/30 a presença na meia- -final só escapou ao clube por razões extraordinárias. O adversário foi o Belenenses. Ao empate a zeros da primeira mão, segue-se a vitória lisboeta por 2-1. Mas os árbitros de ambas as partidas prejudicaram o Marítimo de forma escandalosa. No primeiro jogos anulam-se-lhe dois golos limpos; no segundo, o avançado lisboeta Pepe garante a vitória com a mão.
Resistindo à crise
Voltemos ao futebol que se vai fazendo na Madeira. Fruto natural da evolução, os adversários locais estavam agora melhor preparados. Todos faziam do Marítimo, compreensiva e legitimamente, o ‘alvo desportivo’ a abater. E da parte do clube nem sempre houve capacidade para dar as melhores respostas às batalhas que se impunha travar. Assim se compreende que o clube sofra, na época que antecede as suas Bodas de Prata, uma profunda crise. As raízes dessa crise mergulham na polémica à volta da construção de um campo que substituísse o campo Almirante Reis. Essa era uma expectativa que animava a totalidade dos dirigentes dos clubes da Madeira. Apesar dessa vontade colectiva, o Nacional decide avançar isolado para essa construção. E não só vai conclui-la como conseguir torná-la ‘campo oficial’ de todos os jogos das provas regionais. Esta situação contrastava com a do campo Almirante Reis, que não era propriedade de nenhum clube e cuja utilização não tinha encargos adicionais. Ao contrário, o novo campo dos Barreiros é ‘alugado’ à Associação de Futebol para a realização de jogos oficiais a troco de contrapartidas que chegam a ser de 35% das receitas. A situação económica dos clubes agrava- -se, mercê dos encargos advindos da deslocação de jogadores e materiais para um local afastado do centro da cidade. Para já não se falar da diminuição do número de assistentes às partidas, com a consequente quebra de receitas.
Reacção compreensivel

É neste contexto de dificuldades e na comprovada inviabilidade da obra nacionalista, que Marítimo, União e Império se põem de acordo para a eleição de elementos para a direcção da Associação de Futebol que defendam a reabertura do campo Almirante Reis aos treinos dos clubes e a jogos oficiais. Pelo caminho os unionistas mudam de opinião e juntam-se ao Nacional. A 29 de Setembro de 1933 realizam-se as ditas eleições. Não se conseguem eleger três elementos, por empate de votos. Só em Novembro desse ano o problema será resolvido. A favor da aliança Nacional-União. Marítimo e Império questionam a legalidade da Assembleia que elege os dirigentes em falta, uma vez que essa eleição acontece na sua ausência, o que levantava a questão da existência de quorum. Os dois clubes, convencidos da sua razão, recorrem para a Federação, através de missiva que a direcção associativa em funções retém por tempo exagerado. Mais tarde, a Federação viria a declarar improcedente a petição de Marítimo e Império, e a recomendar a conciliação das partes em litígio.
Jogadores a saque

Entretanto, já tinha sido disputado um ‘campeonato da Madeira’, com a participação exclusiva de Nacional e União – sem a participação de Marítimo e Império. E com uma agravante: os jogadores dos dois clubes foram considerados livres e inscritos por outras colectividades. Havia ainda a possibilidade de participação nas restantes provas associativas? Marítimo e Império avaliam a disponibilidade de efectivos. Era possível organizar uma equipa verderubra. Mas do Império não. E por solidariedade, o Marítimo mantém-se de fora da competição oficial regional. As restantes provas oficiais fazem- -se com três clubes: a Nacional e União, junta-se o Automobilista, clube apressada e administrativamente promovido à divisão principal do futebol regional.

sábado, abril 10, 2010

sexta-feira, abril 09, 2010

Quero ser teu amigo...

Deixem-se de ilusões. No Facebook, quem tentar adicionar Alberto João Jardim como "amigo" come com a mensagem de lotação esgotada.

22ª Ronda - Classificação Liga dos Campeões

quinta-feira, abril 08, 2010

Taça Tahiti - Meias Finais - 1ª Mão

Meias Finais - 1ª Mão (Jornada 26)
MF 1 - Coral SC x Madeira Livre FC
MF 2 - Redheart's Corner x Estreitos Unidos

Ronda 22 - Classificação - Jornada 25


Estreitos Unidos alcançaram a fasquia dos milhares de pontos, comandam destacados com 1003 somados ao longo de 22 rondas, sendo sem dúvidas o acumulado mais forte de sempre da curta,mas gloriosa, história da Liga Tahiti. O principal destaque vai para CF Os Tinterra, a excelente pontuação obtida, 69 pontos, permitiu-lhe passar para a frente do pelotão do fundo, onde os Estafetas estão cada vez mais acomodados. Com uma pontuação na casa dos 60 pontos, Apito Queimado isolou-se no sétimo lugar, ganhando alguma vantagem para Jack Daniel's, eterno rival, e Carvalheiro FC. Tambem, Los mariachis.pt com uma pontuação bem alta, aproximou-se repentinamente do Clube Desportivo 48, que depois desta fraca jornada ficou com sérias dificuldades para enfrentar a luta pelos lugares cimeiros. Esta jornada foi propicia a muitos acontecimentos inesperados, Madeira Livre FC foi o pior da jornada e abriu novamente a luta pelo segundo lugar que parecia há muito encerrada, sendo Red Heart's Corners e Club Sport Monte verdadeiros candidatos para assumir a posição. A 5 jornadas do fim, matematicamente tudo é possivel, não vá haver algum bonitinho como o Djálo a fazer das suas diabruras.

quarta-feira, abril 07, 2010

Atenção!

VS

O jogo entre Benfica e Sporting, a contar para a jornada 26 da Liga Sagres, foi marcado para Terça-Feira(13 de Abril, 20h45). Assim sendo, este jogo não conta para a Liga Record, todos os jogadores de ambas as equipas obterão zero pontos.

100 Verde Rubros Anos - Capítulo V, Parte 2


Participações honrosas

Torna-se cada vez mais claro que, em relação ao que tinha acontecido até à conquista do título de campeão de Portugal, o Marítimo enfrenta dificuldades acrescidas para impor o seu futebol a nível nacional. Fruto da falta de contactos e oportunidades que os principais clubes continentais como das vicissitudes por que passa o futebol madeirense, o ‘Campeão das Ilhas’ está mais vulnerável. E é obrigado a jogar sempre fora de ‘casa’. Mas mantém a tradição de ‘lutar até ao fim’ e consegue participações honrosas, patentes na presença em três meias finais da prova.
Primeira Meia-Final
Na época de 1930-31 o Marítimo elimina o União Operária. É preciso ir a Santarém vencê-lo por 1-0 e voltar a derrotá-lo (6-2), em Lisboa. Segue-se o Porto. Os madeirenses são afastados da final por duas derrotas tangenciais (1-2, em Lisboa; 2-3, no Porto). No rescaldo da primeira partida, Ribeiro dos Reis escreve n´ ‘Os Sports’:
"O resultado foi injusto porque raras vezes o F.C. Porto terá feito uma exibição tão deficiente perante o público da capital, e depois porque o 1º goal de Acácio Mesquita, o que estabeleceu o empate, foi manifestamente irregular, resultando de um off-side claríssimo daquele jogador (...)."
O jornalista do ‘República’ que presenciou a partida é ainda mais contundente na apreciação:
"O resultado que ao fim dos noventa minutos se verificou foi absolutamente injusto para o Marítimo, porque os funchalenses foram superiores, porque dominaram, e ainda porque a primeira bola que sofreram foi adquirida à margem das leis do jogo."
A equipa desta participação, de transição entre a renovação e aqueles que tinham sido campeões de Portugal, era assim constituída:

Sporting afasta Marítimo

Em 1935/36 repete-se a proeza de alcançar as meias-finais. Ultrapassada a barreira açoriana (5-2 ao Sporting da Horta, na ilha do Faial), segue-se o Boavista, nos quartos-de-final. As duas vitórias (6-3 em Lisboa e 3-0 no Porto) abrem boas perspectivas para a fase seguinte da prova. Todavia, o ânimo advindo desses bons resultados não serão suficientes para vencer o Sporting, na meia-final (2-4 e 2-5). Enfrentar um adversário poderoso, que joga sempre no seu ambiente, não é tarefa fácil … A equipa desta segunda presença nas meias-finais do Campeonato de Portugal era uma formação renovada, constituída após a crise de 1934, à qual deve ser reconhecido o mérito de relançar as representações do futebol verde-rubro num plano elevado. Como se pode ver pela formação da equipa, já não resta nenhum dos jogadores que, dez anos antes, tinham alcançado o título máximo:
Antes do despedimento
1937/38 conhece a última presença do Marítimo no campeonato de Portugal. Vencido o ‘Angústias’ (2-1), de novo na ilha do Faial, elimina-se o Barreirense em três jogos (1-1 no Barreiro, 2-2 em Lisboa e 3-0 no desempate, de novo na capital). Nas meias-finais o Sporting impõe duas derrotas pesadas (1-4 e 0-6). O Marítimo – a Madeira – virá a ser afastado ‘administrativamente’ da participação no campeonato de Portugal sem que tenha conseguido impor-se perante este adversário que várias vezes lhe calhou em sorte .

terça-feira, abril 06, 2010

Onze da Jornada 25

Radamel Falcão é o Jogador da Jornada. O internacional colombiano bisou na partida frente ao CSMarítimo, sendo decisivo na reviravolta efectuada pelos dragões. Destaque ainda, para o primeiro golo apontado pelo avançado portista, uma verdadeira obra de arte.

G - Bracalli (Nacional) - 6 Pontos
D - Tomasevic (Nacional) - 5 Pontos
D - Nuno Pinto (Nacional) - 5 Pontos
D - Mustafa (Belenenses) - 5 Pontos
M - Raúl Meireles (FCPorto) - 7 Pontos
M - João Moutinho (Sporting) - 7 Pontos
M - Rui Miguel (V. Guimarães) - 6 Pontos
M - Castro (Olhanense) - 6 Pontos
A - Yannick Djaló (Sporting) - 19 Pontos
A - Radamel Falcão (FCPorto) - 17 Pontos
A - Weldon (Benfica) - 9 Pontos

Pontos Totais (sem capitão) - 92 Pontos
Pontos Totais (com Falcão a capitão) - 109 Pontos

O que dizem as bilhardeiras?

domingo, abril 04, 2010

Suíça 1954 - Nomes & Números

Anfitrião: Suíça
Vencedor: RFA
2º Lugar: Hungria
3º Lugar: Áustria
4º Lugar: Uruguai

Números da Prova
16 Países
26 Jogos
140 Golos
5.38 Média de Golos por Jogo
943 000 Espectadores
36 269 Média de Espectadores por Jogo
3 Expulsões
4 Auto Golos

Participantes:
Europa: Áustria, Bélgica, Checoslováquia, Escócia, França, Hungria, Inglaterra, Itália, Jugoslávia, RFA, Suíça e Turquia
América do Sul: Brasil, Uruguai
América do Norte, Central e Caraíbas: México
Ásia: Coreia do Sul

Dream Team do Mundial 1954
Grosics (HUN);
Santamaria (URU) e Liebrich (RFA);
Djalma Santos (BRA), Boszik (HUN) e Lantos (HUN);
Rahn (RFA), Kocsis (HUN), Fritz Walter (RFA), Puskas (HUN) e Czibor (HUN).

Melhor Marcador:
Kocsis (HUN) - 11 Golos

Onze Base da Campeã RFA

Suíça 1954 - O que dizem as bilhardeiras?



"Os árbitros europeus têm horror aos negros."


Zezé Moreira,
seleccionador do Brasil

100 Verde Rubros Anos - Capítulo V, Parte 1


Fortalecendo Raízes
Conquistado o título máximo do futebol português, o Club Sport Marítimo encara o futuro com entusiasmo. Estava confirmada, dentro de campo, a capacidade e qualidade dos seus jogadores e do seu futebol. Havia agora que consolidar e dar continuidade às posições alcançadas em 16 anos de existência. Apesar dos êxitos, esse percurso não será fácil. Como sempre, surgirão inesperadas dificuldades. Movidas pelos adversários tradicionais. Advindas de incompreensões locais ou geradas a nível nacional. O Marítimo enfrentará batalhas nunca antes imaginadas. A ‘alma de campeão’ alimenta a superação. Mesmo quando os adversários foram poderosos. Mesmo quando os problemas pareciam insolúveis. Mesmo quando tudo parecia desmoronar-se. Nas fraquezas foram inventadas forças para manter levantada a bandeira verde-rubra e dignificada a representação do futebol da Madeira. Os títulos de nível nacional não surgirão tão rapidamente quanto eram desejados e, comprovadamente, estavam ao alcance do nível futebolístico que as diversas equipas do Marítimo tinham apresentado até então e apresentarão ao longo das épocas seguintes. Será preciso esperar mais de 20 anos para que, na célebre digressão a África sob administração portuguesa, os feitos dos verde-rubros voltem a ter a dimensão que um passado tão honroso reclamava. Essa digressão aconteceu em 1950. Até que ela chegue, há muito para contar ...
No Campeonato de Portugal
No período que medeia entre a época 1925/26 e essa fantástica digressão africana, realizada em 1950, o representante da Madeira só terá direito a participar no campeonato de Portugal até a época 1938/39. Daí em diante, instituído que fora um campeonato ‘nacional’ só para os clubes continentais, restará a Taça de Portugal; até que o Marítimo se intrometa definitivamente nas provas nacionais, já na década de 70, a presença madeirense nas provas do futebol português ficará limitada a essa prova secundária. Depois de se ter sagrado campeão de Portugal, o Marítimo vai marcar presença por mais nove vezes na prova (1926/27, 1928/29, 1929/30, 1930/31, 1931/32, 1932/33, 1935/36, 1936/37 e 1938/38) entre as 13 participações reservadas à Madeira. Somadas às quatro participações anteriores (1922/23, 1923/24, 1924/25 e 1925/26), temos que o clube teve de assumir, por força das suas conquistas regionais, 13 participações no campeonato de Portugal, num total das 17 a que a Madeira teve direito.
Desforra 'desada'

Logo na época seguinte à conquista do título, o Marítimo volta a ter pela frente o mesmo Belenenses que derrotara na cidade Invicta. A ‘desforra’ dos lisboetas foi dura: derrotam o campeão em título por 8-1. Foi uma vitória incontestada. Mas também facilitada por uma série de circunstâncias que enfraqueceram o Marítimo – ausência de dois jogadores importantes na equipa (Ranfão e Janota), deslocação tardia de outros, local da realização do encontro (campo do Lumiar, o ‘pior’ para os madeirenses). Que se saiba, desta feita a formação lisboeta não criticou o local de realização da eliminatória. Afinal, jogar em ‘casa’ é que é bom. Até para o Carcavelinhos, que, em confronto particular, vence o Marítimo por 2-1. Da presença em Lisboa salvou-se a vitória sobre uma formação de jornalistas. 7- 0, para demonstrar que é mais fácil escrever sobre um jogo que jogá-lo ... Na época seguinte (1927/28), o Marítimo ficará ausente do campeonato de Portugal pela primeira vez. O apuramento da equipa madeirense passa a ser feito através de um Torneio de Qualificação – conduzindo à desvalorização do campeonato da Madeira – no qual o já extinto Império elimina o clube. Foi a sua primeira vitória sobre os verde-rubros.
Novas Regras

Além desta nova forma de apuramento do representante da Madeira ao campeonato de Portugal, as épocas seguintes vão trazer novas regras que significarão, na prática, maiores barreiras para uma eventual reconquista do título nacional. A primeira dessas regras foi a entrada do representante da Madeira nos quartos-de-final do campeonato, primeiro a uma ‘mão’ (1928/29) e depois a duas (a partir de 1929/30). A segunda surge na época 1932/33, com a criação de uma pré- -eliminatória de apuramento, a um jogo, com o campeão açoriano. Fica estabelecido que esse confronto se realizará alternadamente nos Açores e na Madeira.

sábado, abril 03, 2010

21ª Ronda - Classificação Liga de Portugal

Suíça 1954 - A Figura

Ferenc Puskas (Hungria)
O Major Galopante, nome que imortalizou Ferenc Puskas no mundo do futebol, não merecia a traição de ver um problema físico impossibilitá-lo de levantar a Taça Jules Rimet. Apesar de muito diminuído (passou o jogo inteiro a coxear), ainda marcou o primeiro golo da final do Suíça'54 frente à RFA, mas a lesão levou a melhor. Depois de ter carregado às costas a selecção até ao jogo decisivo - bem secundado, diga-se, por Czibor e Kocsis -, acabou por perder o título para o conjunto de outro "imortal" do futebol mundial: o alemão Fritz Walter.

Ainda assim, ninguém lhe poderia roubar a distinção de figura do campeonato, de figura da melhor equipa que o planeta conheceu nos princípios da década de 50, e seguramente uma das melhores selecções de sempre, em que ele era o expoente máximo. Valeu-lhe o título olímpico nos Jogos de Estocolmo de 1952 para estar no topo do mundo ao serviço do país que o viu nascer. Com a camisa magiar apontou 83 golos (84 jogos), um número que em vésperas do mundial de 2010, ainda é um recorde por igualar, e que faz jus aos créditos de um dos mais brilhantes e temíveis goleadores que a apaixonante modalidade teve o privilégio de conhecer.

Taça Tahiti - Calendário das Meias Finais


Meias Finais - 1ª Mão (Jornada 26) - 11 de Abril
MF1. Coral SC x Madeira Livre FC
MF2. Redheart's Corner x Estreitos Unidos

Meias Finais - 2ª Mão (Jornada 27) - 18 de Abril
MF1. Madeira Livre FC x Coral SC
MF2. Estreitos Unidos x Redheart's Corner

sexta-feira, abril 02, 2010

21ª Ronda - Classificação Liga dos Campeões

Suíça 1954 - A Surpresa do Século

Se existiu algum Mundial que parecia realizado para uma só selecção, esse foi o de 1954, na Suíça, e a selecção da Hungria de Puskas, Czibor, Kocsis e companhia. Os Invencíveis Magiares foi a primeira grande equipa na verdadeira acepção da palavra na história do futebol, estava organizada em torno de um fora-de-série, Ferenc Puskas, mas a Hungria contava com um naipe de jogadores absolutamente soberbo. Ainda hoje esta selecção húngara é recordista de golos marcados num só Mundial, 27 golos em apenas 5 jogos. Chegou ao campeonato do Mundo suíço com um pecúlio de 27 jogos sem perder, e pelo meio venceu os Jogos Olímpicos de Estocolmo em 1952, e ainda foi a primeira equipa continental a bater a Inglaterra em Wembley (6-3).

Ferenc Puskas, o Major Galopante, foi o motor da brilhante Hungria de 1954.

Parecia pouco provável, que este Mundial de 1954 escapasse à selecção húngara, tal a sua superioridade principalmente na rápida circulação de bola e poderoso jogo ofensivo. A prova ficou marcada pela estranha metodologia utilizada pela FIFA, no que concerne ao formato, com quatro grupos de quatro equipas, com dois cabeças de série que nunca se defrontavam entre si, e os jogos não poderiam acabar empatados após os 90 minutos. Na primeira fase, os magiares aplicaram 9-0 frente à Coreia do Sul, e 8-3 frente à RFA, a mesma equipa que posteriormente, haveria de ser de má memória na final. Nos quartos a Hungria bateu o Brasil por 4-2, e encontrariam o Uruguai nas meias, os sul americanos perdiam assim pela primeira vez um jogo num Mundial. Chegaram facilmente à final e mediriam forças com o RFA pelo ceptro de Campeão do Mundo.


A RFA foi a surpresa do século, derrotando os magiares na Final.

A haver justiça, a final seria apenas uma formalidade para consagrar Puskas e os seus companheiros como vencedores da prova, naquela que foi a última vez que Jules Rimet entregou a taça com o seu nome. Mas, quatro anos antes, no Brasil, já tinha ficado claro que qualquer surpresa poderia acontecer num jogo de paixões como o futebol. Contra todas as expectativas, mesmo do mais optimista dos alemães, foi a RFA do lendário treinador Sepp Herberger a conquistar o título.

Fritz Walter com 34 anos, pára-quedista durante a guerra, campeão mundial em 1954.

A vitória alemã assenta em vários factores. A forma como geriu o primeiro encontro com a Hungria apresentou segundas linhas e foi dizimada por 8-3. A RFA foi humilhada, mas começava a construir aí a sua vantagem para a Final. Além disso a inferioridade de Puskas ajudou à vitória dos germânicos. A Hungria até esteve a ganhar por 2-0, mas os alemães liderados por Fritz Walter fizeram a reviravolta e consumaram a que ficou para sempre conhecida como "a surpresa do século".

Final, 4 de Julho de 1954, Berna

RFA 3- 2 Hungria

Morlock 10', Rahn 18', 84'; Puskas 6' e Czibor 8'

Boas Páscoas Tahiti.


"ALWAYS LOOK ON THE BRIGHT SIDE OF LIFE" - MONTY PYTHON'S LIFE OF BRIAN (1979)


"Life's a piece of shit
When you look at it"

100 Verde Rubros Anos - Capítulo IV, Parte 6


Passagem pela Capital

À passagem por Lisboa a caravana campeã é homenageada em diversos momentos. Diversos comerciantes madeirenses na capital juntam-se à comitiva, saudando dirigentes, treinador e jogadores. O Sport Algés e Dafundo, apesar de se dedicar a prática da natação, promove uma festa aos novos campeões do futebol português. Os jogadores recebem prémios de diversas entidades. Numa acção que era um misto de simpatia e publicidade, a firma representante da Gillet na capital oferece a cada jogador um estojo com aparelho em metal dourado e lâminas ... A Ouriversaria Sport ofe-rece ao clube uma pequena taça. Destaque ainda para o almoço oferecido a toda a caravana pelo dr. Américo Correia da Silva, um ilustre conterrâneo que se encontrava à data na capital do país.
Festa na Madeira

Após a vitória sobre o Porto, na meia-final, a notícia de que o Marítimo disputaria a final do Campeonato de Portugal e a polémica levantada pelo Belenenses quanto ao local de realização da partida, foram seguidas com paixão na Madeira. No dia da final, muitos adeptos do clube, acompanhados de desportistas com as mais diversas filiações, dirigiram- se para a estação Pico-Rádio, onde aguardaram ansiosamente a confirmação do desfecho da partida. Momentos antes das 17 horas foi recebida a notícia da vitória. Célere, espalhou-se pela cidade, levando a 62 José Ramos (Zé Pequeno) e Manuel Ramos (Janota), dois irmãos influentes na equipa campeã de Portugal. Menú do primeiro jantar comemorativo da vitória, realizado no dia seguinte ao jogo da final. Os pratos são baptizados com as alcunhas dos jogadores... todos os cantos a certeza do triunfo antes tantas vezes sonhado pelos madeirenses. Em diversos pontos do Funchal são lançados foguetes. Milhares de pessoas dirigem-se para a sede do Marítimo. É aqui que se confirmam as ‘suspeitas’ a muitos anunciadas pelo fogo de artifício. As entidades oficiais marcam presença. Os dirigentes dos clubes madeirenses apresentam parabéns. Por fim as bandas de música dão mais vida à festa. O dia é de glória.
Recepção Gloriosa

A caravana dos campeões chega ao Funchal a 10 de Junho. Vem a bordo do vapor Lima, que se apresenta todo embandeirado. São sete horas da manhã mas os foguetes rebentam um pouco por todos os lados do anfiteatro funchalense. Num sem número de pequenas embarcações que acompanham o vapor desde a sua aproximação, atafulham- se todos quantos nelas couberam. Este entusiasmo toca todas as classes sociais. A Madeira, através do Marítimo, vencera! No cais, os primeiros lugares estão destinados às entidades oficiais. Seguem-se-lhes os dirigentes dos clubes madeirenses. Por fim, as bandas de música e o povo anónimo. No cortejo até à Câmara Municipal, uma chuva de flores cobre os jogadores. Milhares de pessoas acompanham os campeões de Portugal. Segue-se uma festa na sede da Associação de Futebol. A comitiva verde-rubra é homenageada pelos dirigentes associativos e dos clubes madeirenses. Os jornalistas contactam de perto com os jogadores, recolhendo informações e procurando inteirar- -se dos ‘pormenores’ que conduziram ao triunfo e à glória.
Orgulho Madeirense

O destino agora é a sede do clube. Na recepção é dada a palavra a tantos oradores quantos desejam falar. Exalta-se o orgulho madeirense. Os estudantes animam a festa. À noite há um banquete, promovido pelo ‘Sport do Funchal’. Participam mais de cem convivas, número assinalável para a época. As sedes do Marítimo e da Associação de Futebol são iluminadas. No Largo do Chafariz toca um banda, por conta de vários comerciantes e desportistas locais. A Banda Distrital oferece a partitura de um hino dedicado ao campeão de Portugal. Nos dias seguintes, um pouco por todo o lado e das mais diversas formas, fazem-se sentir os ecos da vitória. Mais que da vitória em si mesma, esses eram os ecos da satisfação de todo um Povo orgulhoso de tão digno representante desportivo.

quinta-feira, abril 01, 2010

Brasil 1950 - Nomes & Números

Anfitrião: Brasil
Vencedor:Uruguai
2º Lugar: Brasil
3º Lugar: Suécia
4º Lugar: Espanha

Números da Prova
13 Países
22 Jogos
88 Golos
4 Média de Golos por Jogo
1 377 000 Espectadores
60 773 Média de Espectadores por Jogo
0 Expulsões
0 Auto Golos

Participantes:
América do Sul: Bolívia, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai
Europa: Espanha, Inglaterra, Itália, Jugoslávia, Suécia e Suíça
América do Norte, Central e Caraíbas: EUA e México

Dream Team do Mundial 1950
Maspoli (URU);
Tejera (URU) e Bauer (BRA);
Varela (URU) , Andrade (URU) e Mathias Gonzalez (URU);
Ghiggia (URU), Schiaffino (URU), Ademir (BRA), Jair (BRA) e Zizinho (BRA).

Melhor Marcador
Ademir (BRA) - 9 Golos

Onze Base do Campeão Uruguai

Jornada 24 - Classificação - Ronda 21


João Freitas voltou a vencer uma jornada, aproximando-se assim rapidamente de Jack Daniel's. O grupo da frente voltou a pontuar em massa, mantendo as respectivas posições, salvo a subida na classificação de Red Heart's Corner, a luta pelo terceiro lugar está disputada, com trocas na classificação quase constantes. Jack Daniel's, o pior da jornada, está cada vez mais longe da luta pelo quinto lugar, assim como Apito Queimado.