domingo, março 28, 2010

100 Verde Rubros Anos - Capítulo IV, Parte 4


Porto com quem?

Os argumentos do Belenenses para não disputar a final do campeonato no Porto eram, pelo menos em parte, descabidos. Compreende-se que não houvesse a melhor das disposições para enfrentar as animosidades dos espectadores nortenhos. Mas querer com isso significar que o apoio seria dedicado ao Marítimo não passava de mera presunção. Derrotados copiosamente na meia-final (os tais 7-1), que ‘estômago’ teriam os portistas para apoiar o ... ‘carrasco’ do seu clube campeão?
Final no Porto

Essas anteriores vitórias do Marítimo na capital do Norte eram um bom prenúncio. E, finalmente assente o dia da realização do jogo (6 de Junho, uma semana depois da data inicialmente prevista), o Marítimo deixa Lisboa, onde permanecia desde a disputa da meia-final, com um único objectivo: conquistar o título máximo do futebol português. O jogo terá lugar no Campo do Ameal. Cabe ao portuense José Guimarães arbitrar. As equipas apresentam as seguintes formações: Marítimo: Ortega; António Sousa (Ranfão) e José Correia (Mariasinha); Domingos Vasconcelos (Beiçolinhas) (cap.), Francisco Lopes (Fancheca) e José Sousa (Patas); José Ramos (Zé Pequeno), António Alves, António Teixeira (Camarão), Manuel Ramos (Janota) e José Fernandes (Bisugo). Belenenses: Assis; Azevedo e Morais; Almeida, Augusto Silva (cap.) e César; António, Rodolfo, Severo, Pepe e Ramos.
Ambiente Fantástico

O ambiente que rodeia o jogo é fantástico. "O aspecto do campo quando faltam poucos minutos para começar o encontro é magnífico", relata o correspondente d´‘Os Sports’. E prossegue: "Camarotes, bancadas, recinto dos peões – tudo a transbordar. Respira-se a atmosfera de ansiedade; pelo interesse do jogo e pela curiosidade de presenciar a atitude do público". Quando falta muito pouco para as 16 horas, o Marítimo entra em campo. É acolhido com simpatia. Os jogadores madeirenses correspondem com ‘hurras’. Surge o Belenenses. Os lisboetas são saudados com a mesma cortesia. "Desanuviam-se os espíritos mais receosos", escreve o jornalista d´‘Os Sports’, que sublinha o facto dos jogadores belenenses corresponderem às saudações que lhes foram dirigidas. Os receios lisboetas sobre o favoritismo do público revelam-se, para já, infundados.
Energia Lisboeta

O encontro começa com um Belenenses francamente atacante. O embate entre a sua linha avançada e a 59 Apontamento do primeiro golo do Marítimo sobre o Belenenses, apontado por Bisugo. Zé Pequeno aponta o segundo golo do Marítimo. Os belenenses ‘perdem a cabeça’ e vão acabar por abandonar o campo. defesa maritimista começa a pender a seu favor. Parece que o objectivo dos lisboetas é resolver a partida logo no seu início. Ortega entra em acção primeiro que o seu par belenense. O jogo endurece. São frequentes os despiques corpo a corpo. A linhas defensiva e média do Marítimo tentam sacudir a pressão colocando a bola o mais longe possível. De tudo isto resulta um futebol mais emotivo que agradável. O Belenenses, mesmo sem jogar bem, domina a partida, malgrado não conseguir criar situações óptimas para a finalização.

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