sábado, fevereiro 11, 2012

Liga Zon Sagres (Jornada 18): Goleada com sabor castelhano


Benfica 4 x 1 Nacional (Garay 9', Cardozo 20', Rodrigo 38' e 61'; Claudemir 29' p)
Quando o Benfica joga, a música é outra. Os encarnados vivem um período de exuberância futebolística, ditada por triunfos, golos e muito espectáculo. Com Rodrigo a liderar a banda, o Benfica goleou o Nacional por 4-1 e é a Luz que alumeia a Liga. 

Se é certo que na China o calendário assinala o ano do Dragão, a verdade é que o Benfica tem reclamado por cá o protagonismo para a águia real em 2012. É justo, antes do recital de futebol disfarçado de música, mencionar que o Nacional de Caixinha não se escondeu, entrou bem, jogou e por isso teve direito aos melhores lugares do estádio quando o Benfica tomou o palco.

O primeiro acorde nasceu nos pés do mágico. Aimar, com um contrato ainda com cheiro a novo, passou a deixa para Garay experimentar. O argentino subiu e usou a cabeça - e as costas de Matic - para um primeiro teste à sonoridade da Luz. Aprovado, o 1-0 lançava o baile que nos minutos seguintes se fez ao som da mais brilhante e desenfreada dança. Rodrigo, um dos melhores intérpretes que Jesus tem para mostrar, desfilou à frente da defesa insular, levantou a cabeça e transferiu a carga para Nolito. Marcelo, na baliza do Nacional, serviu de travão ao remate em fúria do espanhol. Ao compasso dos segundos, o Benfica aumentava os decibéis, como aos 14', quando Cardozo usou o poste direito para criar novo efeito na Luz.
Encarnados continuam demolidores na Luz.
Era um Benfica com a corda toda, afinadíssima e requintada. Quando Luisão, aos 15', falhou sozinho, de cabeça, perante Marcelo, já Nico Gaitán dava os últimos retoques na bateria para o acto a solo que se seguiria. Minuto 20, o argentino pegou na bola e deixou quem via de boca aberta. Passou por três, quatro adversários, sempre a uma velocidade alucinante, e depois usou a trivela para dar a Cardozo o segundo golo da noite. Sublime.

Se não se falou do Nacional é porque o Benfica roubou todo o protagonismo possível, mesmo quando os madeirenses até se apresentaram de forma engraçada na capital. Voltariam, temporariamente, à discussão do jogo quando Jorge Sousa decidiu desafinar, ao assinalar uma grande penalidade inexistente de Emerson sobre Diego Barcellos. Claudemir não falhou e por momentos o concerto encarnado ficou suspenso. Até aos 38 minutos, quando o trio Gaitán, Nolito e Rodrigo encetou o acto final antes do descanso. Tudo perfeito, com o internacional espanhol a ter a honra de finalizar, ultrapassando Marcelo e fazendo o 3-1. Se não foi a melhor primeira parte do Benfica esta época, esteve lá perto. E os encarnados não tencionavam ficar por aqui.
Rodrigo rubricou uma excelente exibição, culminada com um bis.
Num início tirado a papel químico do primeiro tempo, o Benfica cedeu a abertura ao Nacional, que assustou por Diego Barcellos, mas assim que voltou a tomar as baquetas do jogo, partiu tudo. Minuto 60, Míguel Vítor de calcanhar, Gaitán de trivela e Nolito a disparar para defesa de Marcelo. Um minuto depois, Witsel, Nolito e Rodrigo - que grande jogador - a fazer o 4-1 de um ângulo que nem o mais engenhoso dos arquitectos se atrevia a desafiar.

Depois, Jesus tirou Aimar, para as palmas. Tirou Rodrigo, para as palmas. E os dois, para São Petersburgo. Era gestão, com Míguel Vítor e Nélson Oliveira em campo, dois jovens formados em casa, e com o Benfica a desbobinar futebol de alto calibre, que até permite o luxo de Cardozo falhar um penálti, aos 80 minutos. O resto não interessa e até amanhã o Benfica tem oito pontos de vantagem sobre o FC Porto.

Fonte: zerozero.pt
(actualizado às 22:39)

Sem comentários: