sábado, dezembro 17, 2011

Bola Fora #11 - Roda dos Milhões


por Bruno Fernandes


Com a época festiva a porta, os representantes portugueses nas competições europeias tiveram presentes antecipados: uns envenenados, outros com brinde. Mas, tal como crianças ansiosas por rasgar o laço e o papel de embrulho, FC Porto e Benfica – os tais cujo sorteio não ditou a melhor das sortes – têm uma ótima oportunidade de mostrarem o porquê de terem figurado nos quatro finalistas da última edição da Liga Europa.

Perante um Manchester City sem problemas de ordem financeira na hora de se apetrechar, a turma de Vítor Pereira terá, entre preciosos fatores, vantagens que terá de saber utilizar: a larga experiência numa prova com o atual formato, assim como o facto de manter maior parte da estrutura que transita da temporada passada. Quanto aos citizens, a qualidade, a magia ou o discernimento na zona de decisão, são conceitos a ter em conta nos tais pormenores que, tal como Mourinho tanto gosta de enfatizar, podem decidir uma eliminatória. Nesta teia de dificuldades, uma palavra aos encarnados: perante uma equipa que superou o FC Porto, a turma de Jorge Jesus terá de fazer o que de melhor sabe para garantir uma vaga nos quartos-de-final da Champions. Uma boa organização defensiva alicerçada nas valências de Javi García e Witsel, assim como a tal nota artística de Aimar, Gaitán ou Bruno César, são permissas fundamentais numa função bem otimizada pelo timoneiro das águias.


Quanto a Sp. Braga e Sporting, aí, a tarefa afigura-se mais acessível. Besiktas e Legia serão pedras no sapato? Sim, sem dúvida. Mas leões e arsenalistas já mostraram ter qualidade suficiente para superar desafios de tal calibre. E se a formação de Istambul está longe de ser uma equipa de primeira linha na Europa (e, perdoem-me a sinceridade, também não tem brilhado no campeonato da Turquia), os polacos carimbaram o passaporte para os 16 avos da Liga Europa num grupo onde a qualidade das equipas que lutavam pelo 2.º posto deixava, com todo o respeito pelos visados, algo a desejar – casos do Hapoel Telavive e Rapid Bucareste.

Perante este cenário, e mesmo que em provas diferentes, os milhões europeus andaram à roda, caíram sobre o quarteto recheado de qualidade e cujo pensamento deve estar focado apenas em elevar, novamente, o nome de Portugal além fronteiras.

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